São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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JUCA KFOURI

Cara de tetracampeonato


Ou de hepta. Pois a vitória tricolor fora de casa, no fim e com apenas nove em campo, é daquelas que fazem pensar


O EMPATE já estaria de bom tamanho para o São Paulo na Ilha do Retiro.
Tinha feito um primeiro tempo melhor que o do Sport, tinha saído na frente, mas, de fato, no segundo tempo acabou dominado, pressionado, perdeu sua zaga com expulsões corretas e limitou-se a mandar uma bola na trave até sofrer o empate do desesperado lanterna do Campeonato Brasileiro. Com nove contra dez jogadores só mesmo um desarme como o feito por Junior César permitiria sonhar com algo mais.
Mas seria preciso que o desarme fosse acompanhado por um complemento sensacional. E foi exatamente o que fez o ala, ao atravessar o campo de um lado ao outro e achar Hugo na hora e no lugar certos para ganhar o jogo: 2 a 1!
Melhor jeito de acabar o turno era simplesmente impossível.
Porque, na pior das hipóteses, com duas vitórias do Inter nos jogos que faltam aos gaúchos no primeiro turno, o São Paulo estará a seis pontos do líder.
Na melhor, a apenas quatro, como está do Palmeiras.
Palmeiras que foi o único a desmentir o colunista neste movimentado fim de semana. Porque o Inter, sem sofrer, o Goiás, com muita luta e um a menos em todo o segundo tempo no Serra Dourada, e o São Paulo, epicamente, fizeram a parte deles, além do Corinthians, que passou pelo Galo sem maiores problemas.
Galo que saiu do G4, embora possa reocupar o lugar que o tri e hexacampeão brasileiro São Paulo lhe tomou se vencer o Inter na disputa que também lhe falta no primeiro turno, no Beira-Rio.
O que, no entanto, talvez seja até melhor para o papão paulista, porque não permitirá que os colorados escapem da mira são-paulina ou, por outra perspectiva mais habitual ultimamente no futebol nacional, impedirá que os gaúchos vejam o time do Morumbi mais distante no retrovisor. Porque, se a solidez maior do tricolor assusta, a fragilidade da maioria dos times brasileiros é o maior alento para que o torcedor festeje a breve volta de Rogério Ceni e da pegada vencedora de um grupo acostumado a se dar bem, diferentemente da esmagadora maioria de seus adversários.
Só mesmo o Inter, embora recentemente traumatizado pelo Corinthians e pela LDU, pode olhar para o São Paulo sem maior temor, embora ainda com reverência, porque está fresca a lembrança da vitória sobre o rival na Libertadores.
Porque o Goiás jamais ganhou um Brasileirão, o Galo persegue o bicampeonato desde 1971 e o penta do Palmeiras é um sonho que está completando 15 longos anos de jejum.
Se o Palmeiras conta com a sabedoria de Muricy Ramalho nessas horas, embora já contestado com sabor de amendoim, o Goiás ainda precisa amadurecer, e o Galo pode ter chegado ao seu nível de competência, porque é agora, no returno, que grupos velhos se cansam, novos balançam e os curtos se assustam sem reposição.
Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo já jogaram a toalha, embora Ronaldo discorde de seu técnico e o santista se desminta. Sei não. Cheira tetracampeão.

blogdojuca@uol.com.br

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