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Gregos exaltavam a perfeição do corpo
DA REPORTAGEM LOCAL
O culto ao corpo era uma das
principais características dos Jogos Olímpicos da Grécia antiga,
onde o aspecto físico do homem
era glorificado e exaltado.
Longe das mulheres, que não
participavam da vida pública e
que não frequentavam os ginásios, os homens gregos se habituaram a celebrar a beleza e a perfeição do corpo masculino.
No começo das Olimpíadas, os
gregos competiam vestindo uma
pesada túnica de linho. Mas nos
Jogos de 720 a.C. Orsippos de Megara, ao se ver perdendo a competição de velocidade, arrancou sua
túnica na metade da prova e, livrando-se do peso e do incômodo, cruzou a chegada com folga.
A partir daquele dia, por decisão dos sábios gregos, a nudez se
tornou obrigatória para os atletas.
A idéia era que o ideal olímpico
da "superação da força do corpo
humano" ficaria mais puro se os
atletas estivessem totalmente nus
durante as competições.
Para os gregos, a nudez não tinha conotação erótica, exaltando
apenas a perfeição das formas do
ser humano. A ênfase não era o
aspecto sexual, mas muscular.
A admiração do corpo masculino nu, presente nas esculturas e
cerâmicas gregas, é muito anterior e mais frequente do que a do
corpo feminino, principalmente
na cidade-estado de Esparta, com
seu ideal militarista.
Segundo o historiador Tulcídides (século 5º a.C.), os espartanos
adotaram o costume olímpico
também na vida cotidiana. "Eles
passaram a se despir para aparecer em público e, com o corpo untado de óleo, praticar exercícios
atléticos", escreveu.
E é dessa prática que surgiu a
palavra ginástica, que significa
"exercitar-se nu".
O próprio lema em latim dos Jogos, "Citius, altius, fortius", que
significa mais rápido, mais alto e
mais forte, projeta um ideal de
corpo humano.
(MR)
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