São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2000

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Gregos exaltavam a perfeição do corpo

DA REPORTAGEM LOCAL

O culto ao corpo era uma das principais características dos Jogos Olímpicos da Grécia antiga, onde o aspecto físico do homem era glorificado e exaltado.
Longe das mulheres, que não participavam da vida pública e que não frequentavam os ginásios, os homens gregos se habituaram a celebrar a beleza e a perfeição do corpo masculino.
No começo das Olimpíadas, os gregos competiam vestindo uma pesada túnica de linho. Mas nos Jogos de 720 a.C. Orsippos de Megara, ao se ver perdendo a competição de velocidade, arrancou sua túnica na metade da prova e, livrando-se do peso e do incômodo, cruzou a chegada com folga.
A partir daquele dia, por decisão dos sábios gregos, a nudez se tornou obrigatória para os atletas.
A idéia era que o ideal olímpico da "superação da força do corpo humano" ficaria mais puro se os atletas estivessem totalmente nus durante as competições.
Para os gregos, a nudez não tinha conotação erótica, exaltando apenas a perfeição das formas do ser humano. A ênfase não era o aspecto sexual, mas muscular.
A admiração do corpo masculino nu, presente nas esculturas e cerâmicas gregas, é muito anterior e mais frequente do que a do corpo feminino, principalmente na cidade-estado de Esparta, com seu ideal militarista.
Segundo o historiador Tulcídides (século 5º a.C.), os espartanos adotaram o costume olímpico também na vida cotidiana. "Eles passaram a se despir para aparecer em público e, com o corpo untado de óleo, praticar exercícios atléticos", escreveu.
E é dessa prática que surgiu a palavra ginástica, que significa "exercitar-se nu".
O próprio lema em latim dos Jogos, "Citius, altius, fortius", que significa mais rápido, mais alto e mais forte, projeta um ideal de corpo humano. (MR)


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