São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002
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Brasileiro tenta recuperar status com Baloubet, cavalo que lhe custou o ouro em Sydney-2000 Pessoa salta pelo topo do ranking e pelo bi mundial
EDUARDO OHATA DA REPORTAGEM LOCAL O ginete brasileiro Rodrigo Pessoa começa a participar hoje do Campeonato Mundial, em Jerez de la Frontera, na Espanha, e passa a defender oficialmente, a partir de amanhã, o título que conquistou há quatro anos, na Itália. As atividades têm início hoje com as provas de aquecimento, que não têm influência na pontuação. Pessoa, que formará conjunto com a montaria Baloubet du Rouet, busca contrariar o panorama apresentado consistentemente nos últimos meses pelo ranking da FEI (Federação Equestre Internacional) desde que o brasileiro perdeu a liderança na primeira listagem divulgada no ano passado. Desde então, Pessoa não passa da segunda posição, sempre atrás do número um, o cavaleiro Ludger Beerbaum, da Alemanha. Uma das melhores oportunidades para Pessoa ultrapassar Beerbaum aconteceu em junho passado, quando a diferença de pontos entre eles caiu para apenas 110. Ao final daquele mês, no entanto, o alemão havia conseguido de novo aumentar a vantagem sobre Pessoa para cerca de 500 pontos -no último ranking, a diferença entre os dois era de 738,5. O brasileiro disse que as posições no ranking não o preocupam durante a disputa do Mundial por este ser um evento fechado. "Não acho que o ranking influa no que acontecerá aqui no Mundial. Isso não tem nada a ver. Foi importante ficar mais de um ano na primeira posição [antes de ser ultrapassado pelo alemão", mas o importante neste momento é ir bem nas provas do Mundial", disse Pessoa, que na tarde de ontem chegou ao local da competição. Apesar de Baloubet ser lembrado até hoje como o cavalo que nos Jogos de Sydney-2000, após três refugos seguidos, custou a medalha de ouro a Pessoa, o cavaleiro defende a seleção da montaria. "O Baloubet está numa forma muito boa, deu para perceber isso após a prova em Roterdã", afirmou ontem, por telefone, o cavaleiro brasileiro, em alusão ao fato de terem vencido o GP disputado na Holanda, no final de agosto. Essa foi a última competição que o conjunto disputou. Depois da Olimpíada, Baloubet voltou a refugar em outras ocasiões, fazendo com que Pessoa perdesse novas provas. A última vez em que isso aconteceu foi durante o GP do Concurso Internacional de Saltos de Aachen, na Alemanha, quando, por causa de dois refugos de Baloubet na primeira passagem, o conjunto brasileiro sequer conseguiu a classificação para a segunda. Segundo Pessoa, o cavalo se assustou diante de um obstáculo. Também durante a final do GP do concurso internacional de Hachenburg, na Alemanha, em 2001, Baloubet refugou duas vezes e Pessoa, que havia sido campeão no ano anterior, ficou em décimo. Foi somente no final de agosto que Pessoa definiu o cavalo com o qual participaria do Mundial. Ele também cogitava utilizar Lianos, montaria com a qual conquistou o título de campeão mundial, na Itália, há quatro anos. "Não se trata de ter escolhido o que está melhor para o Mundial. O Baloubet tem mais vigor físico para enfrentar o evento, que é uma competição dura e com muitas provas para se chegar à final", justificou Pessoa, ao acrescentar que planejava utilizar Lianos em outra prova, em Calgary. O Mundial representaria a maior vitória de Pessoa desde o ano 2000. Após o fracasso em Sydney, Pessoa, tricampeão da Copa do Mundo --em Helsinque-98, Gotemburgo-99 e Las Vegas-2000-, não voltou a vencer competições do nível do Mundial. Nas edições da Copa do Mundo de Gotemburgo, em 2001, e Leipzig, em 2002 -quando Pessoa foi o único representante do país-, foi, respectivamente, vice-campeão e terceiro colocado. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: O que é, o que é?: Competição vale vagas para os Jogos Olímpicos Índice |
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