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São Paulo luta para resgatar a confiança
Em casa, contra o Inter, Muricy quer vitória "convincente" para estancar crise
Partida pode ser um divisor de águas no time paulista, já que, se vencer, ampliará sua vantagem e, se for batido, poderá perder a 1ª colocação
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma vitória, e que ela seja
convincente. Depois de amargar o vice nas três competições
que disputou nesta temporada
-Paulista, Libertadores e Recopa Sul-Americana-, o São
Paulo espera dissipar de vez as
dúvidas sobre a qualidade da
equipe numa partida de importância vital neste Brasileiro.
Hoje, às 16h, diante do Internacional no Morumbi, o técnico Muricy Ramalho busca um
divisor de águas. Uma cisão entre o que foi a temporada até a
partida contra o Boca Juniors,
na quinta-feira, e a arrancada
para a conquista do Nacional.
O adversário, seu algoz na
mais importante competição
da temporada e concorrente
em potencial ao título do Brasileiro, chega sob encomenda para resgatar o moral do time.
"Vencer é o mais importante.
Mas, se for uma vitória convincente, vai ser o suficiente para
mudar o clima, o ambiente e tudo o que está se falando até
aqui", afirmou Muricy, que está
prensado entre a insatisfação
de parte dos jogadores e a de alguns conselheiros do clube.
Com 43 pontos, o time do
Morumbi tem três a mais que o
vice-líder Inter. Além de segurar ou ampliar a vantagem, tem
a chance de vingar a perda da
Libertadores para os gaúchos.
"São duas equipes muito fortes e que vão brigar pelo título
até o fim da competição. Por isso eu falo que uma vitória e
uma bela atuação darão moral
para a equipe no Brasileiro. E
tranqüilidade", disse Muricy.
No seu discurso, o treinador
do São Paulo enalteceu o planejamento, falou que as críticas
têm sido bem assimiladas e comentou a atitude da torcida.
"O torcedor sempre nos
apóia e tem o direito de criticar.
Mas a pressão maior não é da
torcida, e sim da cultura do futebol no Brasil, onde o vice não
vale nada", falou, referindo-se
ao fato de o time não ter obtido
títulos sob sua batuta.
Em caso de triunfo sobre os
gaúchos, os são-paulinos voltam a criar gordura na liderança: ao menos quatro pontos de
folga para o perseguidor mais
próximo. Porém um revés, seguido de três partidas sem vitória -derrota e empate diante
do Boca pela Recopa e empate
contra o Corinthians-, pode
complicar a situação. Ainda
mais se o Inter vencer por três
gols de vantagem, o que o deixará na liderança do Brasileiro.
Para dar uma idéia do problema, o rival até agora tem se saído melhor quando atua fora de
casa. Em 11 jogos no Beira-Rio,
o Inter obteve aproveitamento
de 57,6% (cinco vitórias, quatro
empate e duas derrotas). No
mesmo número de jogos fora,
registrou 63,6% (seis vitórias,
três empates e duas derrotas).
"Por enquanto não podemos
falar em crise, pois somos líderes isolados. Mas, se perdermos, confesso que a situação
vai ficar bastante delicada", comentou o zagueiro Alex Silva.
Para escalar a equipe, Muricy
tem problemas. Souza e Richarlyson estão suspensos.
Aloísio, machucado, continua
fora. Leandro ainda depende de
teste para saber se vai jogar.
No Internacional, o técnico
Abel Braga tem o time quase
definido, mas não o divulga.
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