São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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JUCA KFOURI

Duas aulas de futebol


A seleção brasileira ante a mexicana e o São Paulo contra o Santos mostraram o futebol como é que é

AULAS DE bom futebol.Foi o que deram os alunos dos professores Dunga e Muricy Ramalho em Boston e no Morumbi na semana que passou.
E duas aulas incomparáveis porque se sobra talento no primeiro grupo a marca do segundo é a organização, algo que com pouco treino ainda não é possível na seleção.
Mas ter a bola no pé e saber o que fazer com ela é tudo que um time precisa. E o esforço para tê-la, sem fazer faltas, costuma deixar perdidos os adversários, como ficaram mexicanos e santistas.
É claro que quem tem Ronaldinho Gaúcho, de volta aos seus melhores momentos, Kaká, regular e direto como sempre, e Robinho, capaz de driblar até a sombra, tem muito mais que meio caminho andado, mesmo que haja obstáculos como Afonso ou Love no meio dele.
Deu gosto ver a seleção, coisa que não acontecia fazia tempo, exceção feita à vitória na final da Copa América, mas, ali por uma série de outras circunstâncias.
Como deu gosto ver o São Paulo. Pena que o torcedor, com toda razão, teme ir aos clássicos por causa da violência e compareceu em número menor -33.865- do que a partida merecia e fez por merecer.
Partida em que o tricolor ensinou que pode haver ótimo futebol mesmo sem gols, como aconteceu no primeiro tempo. Porque foi durante esse período que o São Paulo ganhou, ao acuar o Santos, empurrá-lo para a defesa e deixá-lo temente de que o gol logo sairia.
A ponto de mostrar que, com uma semana de descanso como teve, o São Paulo não permite que jogadores nas condições de Pedrinho e Petkovic joguem futebol de competição, situação agravada pelo cansaço óbvio de Kléber, que chegou de Boston na quinta-feira.
Para compensar o 0 a 0 inicial -e lembre-se que a seleção quase perdeu o primeiro tempo para o México, o que não mudaria nada a exaltação de sua exibição-, Breno fez um gol em que matou a bola no peito como se fosse Roberto Dias, driblou dois como um Pedro Rocha e chutou como Zé Sérgio.
Breno, 17, parece um zagueiro (zagueiro?!) às antigas, capaz de ser ponta-direita ainda mais às antigas, meia e atacante modernos.
Uma nota para Dunga, outra para Muricy: bobagem do primeiro abrir mão, nas eliminatórias, de Rogério Ceni, quase mil minutos invicto, com toda a experiência que ele tem em jogar pelos campos da América do Sul; desnecessário o mau humor do segundo por ter lido alguém escrever que ele repetia a "ladainha" do "ainda tem muito campeonato pela frente".
Porque é mesmo o que tem de dizer, embora a repetição, não necessariamente com sentido pejorativo, tenha uma palavrinha que a define.
Sabe qual? Ladainha...

Apelação
Vanderlei Luxemburgo foi malicioso, sim, ao dizer que Richarlyson "é a cara do São Paulo, que joga em todas as posições" etc. e tal. E o jogador, que joga cada vez melhor, fez papel de inocente útil ao agradecer a menção e de chorão ao se queixar das ofensas de Domingos.

Pfiuuu!
Verdão e Timão? Pfiuuuuuuu!!!!

blogdojuca@uol.com.br

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