São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2008

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Brasil faz melhor Paraolimpíada

Após superar marca de medalhas, país ostenta agora 15 ouros, um a mais do que em Atenas-2004

No penúltimo dia de provas, vitórias no atletismo com Terezinha Guilhermina e Lucas Prado dão recorde à delegação de 188 atletas


DA REPORTAGEM LOCAL

No penúltimo dia dos Jogos de Pequim, o Brasil conquistou mais dois ouros e consolidou sua melhor campanha na história das Paraolimpíadas.
Com 15 ouros, o país superou seu recorde de 14 da Paraolimpíada de Atenas-2004.
O Brasil já havia melhorado seu desempenho em número de pódios. Na Grécia, foram 33. Na China, são pelo menos 46 -o Brasil disputaria a decisão do futebol de 5 (para deficientes visuais) contra os chineses durante a madrugada.
Os resultados históricos aconteceram com uma delegação bastante inflada.
O Comitê Paraolímpico Brasileiro enviou a Pequim 188 esportistas, quase o dobro dos 98 que integraram a delegação na última Paraolimpíada.
As medalhas que ratificaram a melhor campanha brasileira na competição foram conquistadas no Ninho de Pássaro.
Principal nome do país no atletismo nesta Paraolimpíada, Lucas Prado ganhou seu terceiro ouro ao completar os 400 m em 50s27. O recordista mundial, o angolano Jose Armando, chegou 17 centésimos depois.
"Estou exausto, com dor nas pernas, mas o gosto da medalha compensa tudo isso. Eu consegui as medalhas que eu prometi", disse Prado, 23, que já havia vencido os 100 m e os 200 m.
O brasileiro, que corre com o guia Justino Barbosa, teve deslocamento de retina há cinco anos, quando ficou com somente 10% da visão. Em 2006, perdeu o resquício visual.
"Agora quero descansar. Para mim, é tudo alegria agora", afirmou Prado. "Toda a delegação do Brasil está de parabéns. Conseguimos superar o número de ouros de Atenas."
Atleta responsável pela introdução de Prado no atletismo, Terezinha Guilhermina também conquistou uma medalha de ouro ontem. A atleta, que é cega, completou a prova dos 200 m ao lado do guia Jorge Luis Silva e Souza, o Chocolate, com o tempo de 25s14.
"Dedico essa medalha para a minha família. Eu não cheguei aqui sozinha. Em Atenas, foi de bronze, agora, de ouro", afirmou a corredora, que terminou os 800 m em terceiro na Grécia.
Foi a terceira medalha de Terezinha em Pequim. Ela havia sido prata nos 100 m e bronze nos 400 m, provas nas quais detém o recorde mundial.
Ontem, ela teve a companhia de Jerusa Santos, que faturou o bronze com 26s09, no pódio.
Já a equipe do revezamento 4 x 100 m classes T42-T46 (amputados), formada por André Luiz Oliveira, Yohansson Nascimento, Claudemir Santos e Alan Oliveira, conquistou a prata com a marca de 45s25.
Além do futebol de 5, o Brasil ainda teria chances de medalha na maratona, com Alex Mendonça e Aurélio Santos na classe T12 (deficientes visuais) e Ozivan Bonfim e Tito Sena na T46 (amputados).
A cerimônia de encerramento da Paraolimpíada de Pequim acontece nesta manhã, às 9h.


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