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Brasil faz melhor Paraolimpíada
Após superar marca de medalhas, país ostenta agora 15 ouros, um a mais do que em Atenas-2004
No penúltimo dia de provas,
vitórias no atletismo com Terezinha Guilhermina e Lucas Prado dão recorde à delegação de 188 atletas
DA REPORTAGEM LOCAL
No penúltimo dia dos Jogos
de Pequim, o Brasil conquistou
mais dois ouros e consolidou
sua melhor campanha na história das Paraolimpíadas.
Com 15 ouros, o país superou
seu recorde de 14 da Paraolimpíada de Atenas-2004.
O Brasil já havia melhorado
seu desempenho em número
de pódios. Na Grécia, foram 33.
Na China, são pelo menos 46
-o Brasil disputaria a decisão
do futebol de 5 (para deficientes visuais) contra os chineses
durante a madrugada.
Os resultados históricos
aconteceram com uma delegação bastante inflada.
O Comitê Paraolímpico Brasileiro enviou a Pequim 188 esportistas, quase o dobro dos 98
que integraram a delegação na
última Paraolimpíada.
As medalhas que ratificaram
a melhor campanha brasileira
na competição foram conquistadas no Ninho de Pássaro.
Principal nome do país no
atletismo nesta Paraolimpíada,
Lucas Prado ganhou seu terceiro ouro ao completar os 400 m
em 50s27. O recordista mundial, o angolano Jose Armando,
chegou 17 centésimos depois.
"Estou exausto, com dor nas
pernas, mas o gosto da medalha
compensa tudo isso. Eu consegui as medalhas que eu prometi", disse Prado, 23, que já havia
vencido os 100 m e os 200 m.
O brasileiro, que corre com o
guia Justino Barbosa, teve deslocamento de retina há cinco
anos, quando ficou com somente 10% da visão. Em 2006,
perdeu o resquício visual.
"Agora quero descansar. Para
mim, é tudo alegria agora", afirmou Prado. "Toda a delegação
do Brasil está de parabéns.
Conseguimos superar o número de ouros de Atenas."
Atleta responsável pela introdução de Prado no atletismo, Terezinha Guilhermina
também conquistou uma medalha de ouro ontem. A atleta,
que é cega, completou a prova
dos 200 m ao lado do guia Jorge
Luis Silva e Souza, o Chocolate,
com o tempo de 25s14.
"Dedico essa medalha para a
minha família. Eu não cheguei
aqui sozinha. Em Atenas, foi de
bronze, agora, de ouro", afirmou a corredora, que terminou
os 800 m em terceiro na Grécia.
Foi a terceira medalha de Terezinha em Pequim. Ela havia
sido prata nos 100 m e bronze
nos 400 m, provas nas quais detém o recorde mundial.
Ontem, ela teve a companhia
de Jerusa Santos, que faturou o
bronze com 26s09, no pódio.
Já a equipe do revezamento 4
x 100 m classes T42-T46 (amputados), formada por André
Luiz Oliveira, Yohansson Nascimento, Claudemir Santos e
Alan Oliveira, conquistou a
prata com a marca de 45s25.
Além do futebol de 5, o Brasil
ainda teria chances de medalha
na maratona, com Alex Mendonça e Aurélio Santos na classe T12 (deficientes visuais) e
Ozivan Bonfim e Tito Sena na
T46 (amputados).
A cerimônia de encerramento da Paraolimpíada de Pequim
acontece nesta manhã, às 9h.
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