São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2008

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TÊNIS

Não é a escola, é o aluno!


Supremacia das tenistas russas, cada uma com uma história, mostra que falta de política não impede o sucesso

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

N EM TODOS ficaram sabendo, mas a Rússia conquistou a Fed Cup-2008. A competição pretende ser a versão feminina da Davis. Não tem o mesmo charme nem atrai o mesmo interesse, mas, grosso modo, é a versão feminina. Sob o comando de Shamil Tarpishchev, o país ficou com o troféu pela quarta vez nos últimos cinco anos. E com seu segundo time -Elena Dementieva, Maria Sharapova e Dinara Safina, as mais bem colocadas no ranking, foram "poupadas". Supremacia inquestionável. Mas, diria o leitor, previsível, já que nada menos que cinco das dez melhores tenistas do mundo hoje são russas. Qual poderia ser então o parágrafo seguinte a essa introdução? Frases-chavão sobre a "eficiência e o excelente momento da escola russa", uma "esquadra russa", o fato de o país e a confederação atuarem agressiva e organizadamente para garantir o sucesso das tenistas. Dementieva, sim, cresceu na Rússia, participou de um programa para jovens talentos. Mas um olhar mais atento revela o fora do óbvio. Safina, mais conhecida até agora por ser a irmã de Marat Safin, começou na Espanha, como seu irmão, aliás, com o apoio da família. Mas como explicar Vera Zvonareva? Única na família inteira a jogar tênis. Sharapova, sabe-se de cor e salteado, foi aos EUA antes dos dez anos, separou-se da mãe, drama digno de grandes histórias. Svetlana Kuznetsova? Filha de técnico hexacampeão olímpico no ciclismo com uma ciclista campeã olímpica ela própria, tinha o esporte dentro de casa. Anna Chakvetadze, 21 e 13ª do mundo, ainda corre atrás de seu diploma na Universidade de Moscou. Nadia Petrova, sabe onde começou? No Egito, onde seus pais moravam. Maria Kirilenko, Alisa Kleybanova, Ekaterina Makarova, Elena Vesnina, Vera Dushevina, Anastasia Rodionova, Anastasia Pavlyuchenkova, Alla Kudryavtseva. Todas com história única, todas top 100. Enquanto elas crescem, cada uma a seu jeito, e ganham o mundo, outros marmanjos não cansam de falar que sem uma confederação, apoio ou política pública, não dá. Não dá?

EM ZADAR
E-mails chegam sem confiança ao confronto com a Croácia na Davis. Torçamos por surpresa.

EM BELO HORIZONTE
Minas Tênis levou o Troféu Brasil.

PELO BRASIL
Eládio Ribeiro Neto caiu na final do Future de Fortaleza. Fernanda Hermenegildo ganhou em Santos.

EM CURITIBA
Fabrício Neis, Giovanna Portiolli (18), Gilberto Neto, Estefânia Haddad (16), Vitor Pinheiros, Beatriz Maia (14), Silas Cerqueira e Letícia Vidal (12) levaram a etapa da Credicard Citi MasterCard Juniors Cup.

reandaku@uol.com.br



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