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último suspiro
Para escapar, Renault demite Briatore
Equipe diz que não contestará acusações de Nelsinho Piquet na reunião do Conselho Mundial, na próxima segunda
Pat Symonds, acusado pelo piloto de ter-lhe apontado
o local exato em que deveria bater o carro em Cingapura, também perde o emprego
Tom Hevezi/Associated Press
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Fachada da fábrica da Renault, na Inglaterra, que ontem demitiu
Flavio Briatore e Pat Symonds
DA REPORTAGEM LOCAL
Na tentativa de ver sua punição reduzida, a Renault anunciou ontem que não irá contestar as acusações de armação no
Conselho Mundial na próxima
segunda e que Flavio Briatore e
Pat Symonds foram afastados.
Chefe e diretor técnico do time, respectivamente, os dois
são acusados por Nelsinho Piquet de terem solicitado que o
brasileiro batesse seu carro de
propósito no GP de Cingapura
de 2008 para favorecer o companheiro, Fernando Alonso.
Apesar da medida, um claro
sinal à FIA de que a equipe está
disposta a colaborar com as investigações de um dos maiores
escândalos da história da categoria, a Renault ainda terá de
comparecer diante dos 26
membros do Conselho Mundial, na sede da entidade que
comanda o esporte, em Paris.
A estratégia do time franco-
-inglês é seguir um caminho diferente ao da McLaren, em
2007. Na ocasião, a equipe inglesa foi julgada por espionar a
Ferrari. Foi absolvida no primeiro julgamento, mas, meses
mais tarde, surgiram novas
provas que a incriminavam.
Julgada uma segunda vez,
perdeu os pontos do Mundial
de Construtores e teve de pagar
uma multa de US$ 100 milhões.
Ao se "desfazer" de Briatore e
Symonds, os únicos dois apontados pelo relatório dos investigadores da FIA que sabiam da
armação, espera que a entidade
veja a atitude com bons olhos.
Max Mosley, presidente da
FIA, disse que considerava o
caso da Renault muito pior do
que o da McLaren. "Fora. Totalmente. Exclusão para sempre, fim, acabado. É o pior que
pode acontecer", afirmou o inglês na semana passada, durante a disputa do GP de Monza.
Mosley, porém, deixou claro
que não existe a possibilidade
de o resultado do Mundial ser
alterado -Felipe Massa, que liderava o GP de Cingapura até a
batida de Nelsinho, acabou tendo problemas em seu pit stop,
não pontuou e, no fim do ano,
perdeu o título para Lewis Hamilton por apenas um ponto.
A armação permaneceu em
segredo por quase um ano e só
veio à tona depois que o brasileiro foi demitido da Renault,
por falta de resultados, após o
GP da Hungria. No dia da corrida em Budapeste, o pai do piloto, Nelson, avisou à FIA que
Nelsinho faria uma denúncia.
Apenas quatro dias depois, o
brasileiro foi à sede da entidade
prestar seu primeiro depoimento. Foi então aberta uma
investigação para apurar se as
denúncias eram verdadeiras.
No final de semana do GP da
Bélgica, investigadores da FIA
ouviram Briatore, Symonds e
Alonso sobre o caso, além de
engenheiros da Renault. Colheram também dados de computadores, conversas via rádio e a
telemetria dos dois carros.
Em seu depoimento em Spa,
Symonds, responsável pelas estratégias do time, foi evasivo
em vários pontos e afirmou não
querer mentir aos investigadores. Confirmou, no entanto, ter
participado de uma reunião
com Nelsinho e Briatore no dia
da corrida. Segundo ele, a ideia
de causar a batida foi sugerida
pelo piloto, mas no dia anterior.
Nelsinho diz que Symonds
indicou a curva "certa".
Briatore negou todas as acusações e, ao lado da Renault, entrou na Justiça francesa contra
os Piquet, alegando ter sido vítima de calúnias e chantagem.
Ontem, em seu comunicado,
o time afirmou que não irá fazer mais nenhuma declaração
até que o caso seja esclarecido.
Procurados pela reportagem,
Piquet e seu filho disseram que
não iriam se pronunciar sobre a
saída de Briatore e Symonds.
Com agências internacionais
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