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BNDES abre crédito para estádios da Copa-2014
Banco disponibiliza R$ 3,6 bilhões para reforma e construção de arenas
Linha de financiamento será aplicada exclusivamente em instalações que forem bancadas por governos estaduais e municipais
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico Social) tem à disposição R$
3,6 bilhões para liberar aos governos estaduais e municipais
para a construção e reforma
dos estádios que abrigarão jogos da Copa do Mundo de 2014.
Desde terça-feira, técnicos
do banco estão se reunindo
com representantes das sedes
do Mundial para explicar a linha de crédito. O banco já definiu o valor da linha de financiamento para cada estádio em R$
400 milhões. A medida beneficiará até 9 das 12 cidades envolvidas no Mundial do Brasil.
Só o Morumbi (São Paulo), a
Arena da Baixada (Curitiba) e o
Beira-Rio (Porto Alegre), que
são arenas particulares, ficarão
de fora desse pacote, mas poderão ser contemplados pelo banco em outra linha de crédito.
Hoje, funcionários do
BNDES se reúnem com representantes do governo do Ceará
e da Prefeitura de Fortaleza para explicar as condições do financiamento. Até o dia 25, os
técnicos vão se encontrar com
integrantes dos comitês organizadores das 12 cidades.
Com o valor-limite de R$ 400
milhões já estabelecido para
cada estádio, a direção do
BNDES quer formalizar as condições do empréstimo até o final do próximo mês.
Pela proposta apresentada
na terça à governadora do Rio
Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), o banco oferece juro
de 1,9% ao ano, mais taxa de juros de longo prazo (TJLP) de
6% ao ano. Caso recorra ao empréstimo, o governo terá dois
anos de carência e outros dez
para o pagamento.
Para obter a linha de crédito,
Estados e municípios dependem da avaliação do CMN
(Conselho Monetário Nacional), que estipula seus limites
de endividamento.
O valor fixado pelo BNDES
contemplará quase todos os
gastos com a construção dos estádios, que serão erguidos para
a Copa. Até agora, três Estados
já anunciaram que vão bancar
com dinheiro público as obras
de suas arenas, em Cuiabá, Manaus e Distrito Federal.
A verba de R$ 3,6 bilhões seria mais do que suficiente para
erguer todos os estádios da Copa da África do Sul-2010, que já
consumiram US$ 1,3 bilhões
(cerca de R$ 2,3 bilhões).
A linha de crédito do banco
foi anunciada pouco mais de
um mês depois de o presidente
da CBF, Ricardo Teixeira, mudar o seu discurso sobre o uso
de recursos públicos na realização do Copa no Brasil.
A promessa era que o grosso
do financiamento dos estádios
seria feito com dinheiro privado, mas o dirigente declarou,
em agosto, que o governo teria
que abrir o cofre na construção
ou reforma de 9 dos 12 estádios.
Presidente do COL (Comitê
Organizador Local), o dirigente
disse que era inevitável a injeção de dinheiro público.
A capital federal tem o projeto mais caro. Segundo o governo local, o DF pretende gastar
até R$ 740 milhões no novo estádio. A capital federal disputa
com São Paulo e Minas Gerais o
direito de realizar a partida de
abertura do Mundial de 2014.
Os estádios de Manaus e
Cuiabá sairão por cerca de R$
400 milhões. E outras arenas
devem recorrer ao banco. Natal, Fortaleza, Belo Horizonte,
Salvador, Rio e Recife não conseguiram um parceiro privado
para seus empreendimentos.
Até o fim de agosto, nenhum
dos nove governos estaduais
havia lançado o edital de licitação das obras das arenas do
Mundial, como exigia o COL.
Depois do atraso, o comitê
decidiu cobrar o início das
obras para fevereiro de 2010,
como manda a Fifa. E Teixeira
estendeu o prazo para março.
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