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JUDÔ
Atletas trazem medalha de prata da Copa do Mundo
Calouros "superam'
ídolo no 1º torneio
FERNANDO ITOKAZU
da Reportagem Local
O meio-pesado Marcelo Figueiredo, 25, e o pesado Daniel Hernandes, 19, conseguiram em suas
estréias na seleção brasileira principal de judô uma medalha que
Aurélio Miguel, principal atleta
brasileiro no esporte, não possui.
Figueiredo e Hernades integraram a equipe brasileira que conquistou o vice-campeonato da Copa do Mundo, no sábado, em
Minsk, Belarus.
O time brasileiro foi derrotado
pelo Japão na final depois de vencer Itália, Belarus e França, que
era a campeã da competição e uma
das favoritas ao título.
"Acho muito bom que os dois
terem estreado com medalha na
Copa do Mundo. Isso só vai servir
para motivá-los", afirmou Aurélio
Miguel, 34, que não disputou a seletiva brasileira para a competição
por estar contundido.
O meio-pesado é o único judoca
brasileiro com duas medalhas
olímpicas -ouro em Seul-88 e
bronze em Atlanta-96. Ele também possui três medalhas (duas
pratas e um bronze) em Mundiais
adultos e foi campeão mundial júnior e universitário.
"Uma competição por equipes é emocionante. É legal fazer
parte de um time e representar o
país, mas infelizmente nunca disputei uma Copa do Mundo", afirmou Aurélio Miguel, que não participou da primeira edição da Copa do Mundo, em 94, na França,
também por estar contundido.
"Representar o país no
meio-pesado é muita responsabilidade pois é a categoria em que o
Aurélio Miguel vem se destacando
durante todos esses anos", afirmou Figueiredo, que treina em
Campinas, interior de São Paulo.
Segundo o judoca, o fato da Copa do Mundo ser disputada por
equipes criou um clima diferente.
"Todo mundo luta no mesmo
dia, na mesma hora está todo
mundo comendo, na mesma hora
está todo mundo dormindo. Isso
motiva", afirmou Figueiredo, explicando que em competições individuais geralmente cada categoria luta em um dia diferente.
"O que acabou acontecendo é
que conquistamos uma medalha
que muitos atletas com cinco, seis
ou mais anos de seleção ainda não
têm", afirmou.
Hernandes, o caçula do time,
disse que o nervosismo acabou
prejudicando o seu desempenho
nas primeiras lutas.
"Nas duas últimas lutas eu fui
me soltando, e os golpes foram entrando. Apesar de ter sido derrotado, fiz lutas parelhas", afirmou
Hernandes, atleta do Palmeiras,
que agora disputará o Mundial júnior, em outubro, na Colômbia.
O primeiro contato que Hernandes com a elite do judô aconteceu
no ano passado, quando o pesado
esteve no Mundial da França, mas
não lutou, apenas assistiu. "Fui
para França apenas para tentar
aprender alguma coisa", disse.
Experiência
Além dos dois calouros, a equipe
brasileira foi composta pelo ligeiro Fúlvio Miyata, o meio-leve
Henrique Guimarães, o leve Sérgio Oliveira, o meio-médio Flávio
Canto e o médio Edelmar Zanol.
Henrique Guimarães, remanescente junto com Sérgio Oliveira da
equipe que disputou a Copa do
Mundo na França em 94, disse que
um dos fatores do sucesso do Brasil foi a homogeneidade da equipe.
"Em 94, a equipe era muito
mais inexperiente. Agora, com exceção do Daniel e do Marcelo, todos os judocas têm muita experiência internacional", afirma
Guimarães, medalha de bronze na
Olimpíada de Atlanta-96.
Da equipe brasileira, Flávio Canto e Edelmar Zanol estiveram na
Olimpíada de Atlanta, e Fúlvio
Miyata foi medalha de bronze no
Mundial da França, em 97.
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