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BOXE
Em iniciativa inédita, brasileiro faz luta preliminar na programação da disputa de título mundial dos pesados
Kickboxing abre combate de Holyfield
EDUARDO OHATA
da Reportagem Local
O empresário norte-americano
Don King, procurando testar a receptividade do público a novas
modalidades de luta, inclui pela
primeira vez um combate de kickboxing (mistura de boxe e caratê)
na programação de uma disputa
de título dos pesados de boxe.
O brasileiro Espedito "Pantera Negra" Silva, 34, desafiará o
francês Jerome LeBanner, campeão dos pesos-pesados pela
WKN (World Kickboxing Network), na preliminar da luta entre
Evander Holyfield e Vaughn Bean,
no sábado.
A combate entre os norte-americanos, que acontece em Atlanta,
EUA, é válida pelos cinturões dos
pesados da AMB (Associação
Mundial de Boxe) e da FIB (Federação Internacional de Boxe).
Segundo as regras adotadas pela
WKN, na luta do brasileiro, serão
permitidos chutes nas pernas, joelhadas, além de socos. O combate
tem duração prevista para cinco
assaltos de três minutos cada.
A assessoria de imprensa da Don
King Productions confirmou à Folha a preliminar, embora tenha
ressaltado que "alguns combates
podem ser cancelados e outros
acrescentado à programação em
caso de contusão de lutadores".
Entusiasmo
Silva, que embarcou para os
EUA no domingo passado, não esconde seu entusiasmo com relação ao interesse de Don King.
"A WKN (uma das inúmeras
organizações que controlam a modalidade e que tem força somente
na França) é uma entidade nova.
Mais importante do que o próprio
cinturão será a visibilidade que
um combate na preliminar de
Holyfield pode garantir", analisa.
O fato de a luta estar prevista para o início da programação e, por
isso, não ser transmitida ao vivo
nos EUA, não o preocupa. "O importante é que Don King já me conhece e posso ter outras chances."
Ainda de acordo com o lutador,
que mora em Bragança Paulista
(80 km ao norte de São Paulo), a
transmissão do combate para o
Brasil está sendo negociada.
A última apresentação de Silva
ocorreu no torneio de kickboxing
K-1, nos EUA, no mês passado.
Perdeu para o francês Jerome Turcan por pontos. Foi sua quarta
derrota na carreira, em que possui
20 vitórias, 15 delas por nocaute.
O brasileiro, que já praticou
kung fu e boxe, embora nunca tenha competido na última modalidade, treina seis vezes por semana
em sua preparação para o combate -só descansa aos domingos.
"Ele (Jerome LeBanner) é um
lutador canhoto, o que sempre dificulta, e é grande. Tem cerca de
1,98 m e pesa aproximadamente
105 kg", diz Silva, 1,88 m e 100 kg.
O empresário de Silva, Sérgio
Batarelli, representante da WKN
na América do Sul, confirma o objetivo de Don King de testar a receptividade da audiência a novas
modalidades.
"Já havia ouvido que King teria
sondado o pessoal do Ultimate
Fighting Championship (torneios
de vale-tudo disputado entre praticantes de diversas modalidades
de luta)", afirmou Batarelli.
"Então, não foi surpresa quando surgiu o convite para participarmos de sua programação".
O empresário norte-americano
perdeu o controle sobre a carreira
de Mike Tyson, maior atração do
boxe internacional.
Outras preliminares
Além da apresentação do brasileiro, outras duas lutas já foram
confirmadas para a preliminar do
combate entre Holyfield e Bean.
O norte-americano Robert Allen
e o canadense Abdula Ramadan
lutarão pelo título de campeão interino dos médios da FIB.
Entre os pesados, Jerry Ballard e
John Ruiz lutarão pelo título norte-americano da AMB. Em caso de
vitória, Ruiz deve se tornar o primeiro do ranking da entidade.
Christy Martin, a mais popular
lutadora dos EUA, detentora do
título de "campeã honorária"
pelo Conselho Mundial, deve participar da programação, mas sua
adversária ainda não está definida.
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