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sem encanto
Mediocridade une Brasil e Argentina
Com Dunga e Basile, rivais não se renovam após fracasso na Copa-06 e, após último fiasco, técnico argentino se demite
Países que sempre dividiram topo no continente agora pecam nos mesmos pontos e deixam Paraguai dominar as eliminatórias da Copa-2010
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Na maior parte da história,
um estava em alta, enquanto o
outro vivia em baixa. Mas, nas
eliminatórias para a Copa do
Mundo de 2010, os dois arqui-rivais sul-americanos caminham juntos na mediocridade,
e com problemas parecidos.
Depois de dez rodadas, brasileiros e argentinos têm, somados, 33 pontos e 28 gols marcados. Nas eliminatórias para o
Mundial de 2002, nesse mesmo ponto do torneio e com ordem idêntica de jogos, esses
números eram, respectivamente, 45 e 43. Nas de 2006, 39
pontos e 39 tentos. Números
que estão longe de ser pontuais.
No ranking da Fifa, o Brasil,
que só empatou com a Colômbia anteontem, no Rio, hoje é o
quarto, e a Argentina, derrotada pelo Chile, a sétima. Isso para dois países que encabeçavam
a lista no início da década.
Contando também amistosos, a Argentina só ganhou três
dos dez jogos que disputou em
2008 e tem a ridícula média de
1,1 gol por jogo. O Brasil é somente um pouco melhor. São
quatro vitórias em dez confrontos e 1,2 tento por partida.
Tanta mediocridade resultou, nos últimos meses, em
uma semelhança na situação
dos treinadores, com crítica e
torcida pedindo suas cabeças.
A diferença é que, na Argentina, o treinador Alfio Basile não
resistiu à pressão e entregou,
na noite de ontem, sua carta de
demissão à AFA, a federação
argentina, que relutava em fazer uma troca de comando. Não
foi definido um substituto, mas
cogita-se que Maradona possa
integrar a comissão técnica.
Dunga, por enquanto, assegura o emprego graças à vice-liderança nas eliminatórias,
mesmo sem apoio público de
Ricardo Teixeira, da CBF.
Tanto Basile quanto Dunga
não conseguiram fazer renovação de verdade nas seleções,
após a eliminação nas quartas-de-final na Copa da Alemanha.
A Argentina, com Basile, apostava em veteranos como Zanetti, Heinze e Riquelme. O Brasil
de Dunga ainda confia em
Juan, Lúcio e Gilberto Silva.
Os grandes rivais na América
do Sul ainda coincidem na cobrança de seus maiores astros,
acusados de não repetirem nas
seleções a atuação nos clubes.
Contra a Colômbia, Kaká não
chutou uma vez sequer ao gol.
Diante do Chile, Messi passou
em branco e novamente foi criticado por seu individualismo.
Os jogadores brasileiros tiveram posições divergentes sobre
a atuação de anteontem.
O atacante Robinho, que admitiu não ter jogado bem, lamentou a fraqueza do Brasil em
casa. Já o goleiro Júlio César
exaltou a vice-liderança. "Sabemos que o empate não era o esperado, mas estamos em segundo. Estamos jogando para
nos classificarmos para a Copa
e estamos na zona de classificação. Se conseguirmos a vaga, o
objetivo será alcançado."
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