São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Pessoa desiste de prova milionária

Suspenso por doping e amparado por liminar, brasileiro decide apenas assistir a evento de ponta em SP

GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O conjunto Rodrigo Pessoa/ Rufus deveria ter sido o terceiro a entrar na pista da Hípica Paulista, ontem, para a eliminatória da etapa final do Global Champions Tour, circuito mundial da modalidade, que terá seu campeão anunciado no sábado, penúltimo dia do Concurso de Saltos Athina Onassis.
A participação do cavaleiro seria mais um capítulo do confronto que trava com a Federação Eqüestre Internacional, já que Pessoa recorreu à Justiça comum e obteve liminar para participar do evento mesmo estando suspenso por causa do doping de Rufus, sua montaria, na Olimpíada de Pequim.
Pessoa, porém, optou por não saltar. Mesmo amparado por liminar para disputar o evento, cuja premiação, de 1,84 milhão (R$ 5,2 milhões), é recorde na modalidade, decidiu apenas assistir à prova.
"O Rodrigo tem o direito de competir, mas ele resolveu não participar para evitar polêmica para o evento", disse André Beck, coordenador do concurso e empresário do ginete.
Segundo ele, o cavaleiro espera que o ocorrido sirva para pressionar a FEI a discutir regras de doping, às quais Pessoa se refere como "nebulosas". Presidente do Clube de Cavaleiros da Europa, Pessoa, ouro em Atenas-04, quer reunir um grupo de atletas e seguir para uma reunião com a entidade. "Esse diálogo vai ter de acontecer, ou outras providências serão tomadas", disse Beck.
Caso Pessoa participasse do concurso Athina, a principal prova de hipismo no Brasil poderia ser decidida no tapetão.
Se ganhasse o evento, a disputa ficaria sub judice, caso outro cavaleiro reivindicasse seu prêmio, alegando que o ginete competiu mesmo suspenso.
O brasileiro também estaria sujeito a receber outra punição da FEI, por descumprir decisão do tribunal da entidade.
O caso de Pessoa ainda será julgado na CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), última instância na esfera esportiva.
Sem Pessoa, a final do GCT terá como único representante brasileiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, que se classificou ontem entre os 18 melhores na pista com obstáculos de 1,60 m. O cavaleiro utilizou na prova a égua AD Picolien, a mesma que o tirou da Olimpíada devido a uma lesão.


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