São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Força G

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

G - 7, G-8, G-14, G-18...
Está meio na moda agora usar composições como essas para destacar uma sociedade de poderosos, um grupo seleto de clubes.
G-14, quase todo mundo sabe, é o nome do organismo que reúne os times mais ""mais" da Europa (mundo). Mas na última semana foi definido o G-16 do continente, os 16 que avançaram à segunda fase da Copa dos Campeões (o mais ""mais" dos interclubes).
Dentro desse G-16, destaca-se um G-11, um grupo de elite formado pelos membros do G-14 que não foram vitimados por acidentes futebolísticos, como os ótimos Bayern de Munique e Liverpool.
No Grupo A, tem Barcelona, Inter de Milão e Bayer Leverkusen. O Grupo B conta com Ajax, Valencia e Arsenal. Já o Grupo C reúne Real Madrid, Milan e Borussia Dortmund. O D, o menos ""mais" dos quatro grupos, mostra Juventus e Manchester United.
Isso é um resumo das chaves da segunda fase -apenas com os mais poderosos citados. Roma, Newcastle, Lokomotiv, La Coruña e Basel são os ""patinhos feios".
O G-14 comemorou a expressiva participação de seus sócios na fase aguda da Copa dos Campeões. Na temporada passada, jogaram na segunda fase ""apenas" sete membros do G-14 (sem contar outros dois que entraram para o nobre clube somente neste ano).
Arsenal, Bayer Leverkusen, Lyon e Valencia foram os clubes admitidos nos últimos meses no G-14. Desses, só o Lyon rodou na mais ""mais" das ligas -isso porque estava em chave com Inter e Ajax, dois fundadores do G-14, que na verdade são do G-8 (os oito times com mais títulos europeus se uniram e lançaram a idéia do rico clã clubístico).
A força dessa poderosa organização não é de todo conhecida ainda (aqui a questão é fora das ""quatro linhas"). Em uma seção ""perguntas e respostas" criada pelo próprio grupo, lê-se que ""os clubes do G-14 exprimiram claramente a sua recusa à criação de uma competição fora das estruturas oficiais (Superliga), respeitam a autoridade da Uefa e, inversamente, contam que esta autoridade se possa exercer respeitando os seus pontos de vista (os do G-14)".
Em outro ponto, o G-14 assume sem problemas que as suas ações são mesmo uma forma de lobby.
Os grandes estão dando mesmo, em campo e fora dele, as cartas (e carteirinhas de sócios, se for conveniente). A chance de surpresas é cada vez menor (se acontecer, como ocorreu com Valencia e Bayer Leverkusen recentemente, o número de sócios deverá sofrer novo aumento já na outra temporada).
Parte da imprensa tem destacado um G-2 no Grupo C. Pela infinidade de craques de Real Madrid e Milan, a chave deles seria o Grupo da Morte. Dizer isso é uma bobagem na atual fase da Copa dos Campeões (a chance de sobrevivência em qualquer grupo não é muito grande). Bobagem por bobagem, o Grupo B pinta como o mais imprevisível, com quatro equipes entrando com chances bem parecidas (a Roma não é do G-14, mas impõe hoje um respeito tão grande como se fosse).
Infelizmente, a cobertura do futebol internacional (até da Copa dos Campeões, tão cheia de alternativas) está criando um G-1 (o Real Madrid escandalosamente monopoliza as transmissões de TV). Mais do que nunca, o que está valendo é a lei do mais forte.
G-1, G-2, G-8, G-11, G-14, G-18. Alguém terá força suficiente para desafiar e derrotar esse império?


C
Por aqui, o Clube dos 13 (C13 que hoje é um C20) vê hoje, meio passivo, cinco de seus sócios correrem contra o rebaixamento.

E
Sobre a força do Etna, tema da coluna passada, um amigo fanático pelo calcio lembra que o Catania, o clube que fica mais perto do vulcão, está bastante ameaçado de cair para a Série C na Itália.

K
Propostas por Kaká: Brescia (US$ 12,5 milhões à vista) e Bayer Leverkusen (US$ 14 milhões, em duas vezes). Nada feito.

S
A Sul-Americana está tentando, mas é bem difícil ""vender" a final da primeira e única Copa Sul-Americana. Nacional de Medellín e San Lorenzo passaram por Nacional e Bolívar e disputam a taça.

E-mail: rbueno@folhasp.com.br


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