São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Os donos do ano (e o dono deles)

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Gastón Gaudio não fez nada. "Apenas" ganhou Roland Garros. E só porque Guillermo Coria entregou a final. É justo Gaudio ir ao Masters só porque ganhou Roland Garros? A resposta: é justo um campeão de Roland Garros ficar fora do Masters?
Mesmo campeão de Grand Slam, a Gaudio falta o faro de vencedor. Neste ano, perdeu quatro finais como favorito. Aproveite para ver Gaudio no Masters neste ano, porque o Masters nunca mais verá Gaudio.
Tim Henman é outro que trata de aproveitar Houston. Sempre entre os primeiros do mundo, acaba geralmente barrado da festa. Aos 30, segue na elite, mas sem convencer de que é campeão. Neste ano, chegou às semifinais em Roland Garros e no Aberto dos EUA. Em Wimbledon, alcançou pela oitava vez, em nove anos, as quartas-de-final. Títulos? Zero.
Guillermo Coria viu a consagração escapar ao deixar Gaudio arrancar-lhe o título em Roland Garros. Talvez como castigo, sofreu uma contusão que o levou à mesa de cirurgia em agosto. Em Houston, ele ganhou nossa torcida por voltar do nada e frustrar o dono do Masters, Jim McIngvale, o americano doidão que queria Andre Agassi de qualquer jeito lá.
Carlos Moyá é um tenista que, aos poucos, vira referência. Pelo terceiro ano seguido levou ao menos três títulos. Também pela terceira temporada acaba no top ten, com mais de 55 vitórias. Festeiro, mas agora comedido, Moyá não deve se importar com os jogos em Houston. A cabeça está na final da Copa Davis, no fim do mês.
Marat Safin, sem as eternas contusões, parece melhor da cabeça. A temporada com Peter Lundgren lhe fez bem: três títulos (dois em Masters Series), dois vices (um deles em Grand Slam), duas semifinais (uma em outro Masters Series), duas quartas (outra em Masters Series).
Embalado, Safin é um dos favoritos em Houston. Mas, se não ganhar, tudo bem. No ano que vem, terá outra chance no Masters.
Lleyton Hewitt teve o coração partido. Viu seu noivado com Kim Clijsters acabar. Foi o único top ten a não cair em primeiras rodadas neste ano. Ganhou quatro das seis finais que jogou. Fecha o ano com retrospecto vencedor no saibro, no cimento, na grama, na temporada indoor...
Agora solteiro (mas nem tanto) e mais forte, Hewitt não é só favorito ao torneio dos melhores mas também um dos favoritos neste próximo ano.
Andy Roddick ganhou 71 jogos, mais do que qualquer outro em 2004. Chegou a oito finais, levou quatro títulos. Registrou o saque mais veloz de todos os tempos. Ganhou seus seis jogos e pôs os EUA na final da Davis. Aos 22, termina a quarta temporada seguida entre os 15 melhores do planeta. Joga em casa, em Houston.
E Roger Federer? Ganhou de Hewitt na Austrália, em Hamburgo, em Wimbledon e no Aberto dos EUA, de Safin na Austrália e em Dubai, de Henman em Indian Wells e em Nova York, de Gaudio em Hamburgo e na estréia em Houston, de Moyá e Coria em Hamburgo, e de Roddick em Wimbledon, em Toronto e em Bancoc. Tá bom assim?

Na Califórnia
Maria Sharapova ganhou o título, dinheiro, visibilidade e (mais) fãs.
Para a Bolívia, pós-Argentina A Copa Petrobras está nesta semana em Santa Cruz de la Sierra. No domingo, o austríaco Oliver Marach venceu em Buenos Aires.

Em São Paulo
Daniel Leon, Yolanda Araujo (18 anos), Rafael Garcia, Nathalia Rossi (16), Lucas Lopasso, Carolina de Luca (14), Thomas Takemoto e Nayara Moraes (12) ganharam a quinta etapa do Circuito Unimed.

Do litoral paulista para o Distrito Federal
Thiago Alves venceu o Future de Santos. Brasília é a sede da semana.

E-mail reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Basquete: Esteróide tira Wanderson de ação por 2 anos
Próximo Texto: Futebol - Tostão: Boa e má desculpa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.