São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Seleção exibe vocação viajante

Amistoso de hoje em Omã, contra seleção local, marca 12º país visitado pelo Brasil na era Dunga

Time nacional tem no currículo roteiros longos, como atravessar os EUA de costa a costa, e exóticos, com jogos no Oriente Médio

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MASCATE

Não poderia haver cidade com nome melhor do que Mascate, a capital de Omã, para o Brasil fazer hoje, às 12h30, contra a seleção local, apenas o 79º colocado no ranking da Fifa, o seu último jogo em 2009.
Mesmo com um calendário recheado de competições oficiais nos anos sob o comando de Dunga, como Copa América, eliminatórias e Copa das Confederações, o Brasil novamente será, entre as grandes seleções, a que mais viajou pelo mundo para partidas amistosas, com um leque enorme de motivos de celebração, mas que na verdade são uma grande oportunidade de negócio para contratados e contratantes.
Desde que Dunga assumiu como técnico do time nacional, em agosto de 2006, foram 12 países visitados -alguns, como Estados Unidos, Inglaterra e Suécia, mais de uma vez.
Quem chega mais perto de ter milhagem semelhante entre os grandes é a Argentina, com dez países visitados. Mas os vizinhos sul-americanos ainda fizeram três amistosos em casa, e o Brasil, apenas um.
Outras forças, como a Alemanha, fizeram a maioria de seus jogos-teste dentro de suas próprias fronteiras.
A seleção brasileira é ainda a dona dos roteiros mais longos -já fez excursão aos EUA jogando nos extremos do país (Boston e Seattle)- e também os mais inusitados -foram três confrontos no Oriente Médio sob o comando de Dunga (Kuwait, Qatar e agora Omã).
O próprio Dunga reconhece que um jogador que tiver uma atuação de gala em jogos contra rivais frágeis nesses amistosos não terá o passaporte carimbado para a Copa. "Vai ajudar se ele marcar três gols contra Omã, mas não será decisivo."
Proveito técnico à parte, o grande roteiro de viagens da seleção em seus amistosos forma uma cadeia lucrativa para todos os seus elos.
A CBF cumpre o contrato que fez ao repassar os direitos de seus amistosos para a Kentaro, uma empresa suíça, que revendeu depois esse contrato para um grupo árabe e agora só cuida da organização.
Patrocinadores da CBF também marcam sua presença. No jogo do último sábado em Doha, contra a Inglaterra, o Itaú mostrou sua marca em um camarote, com direito à presença de um de seus principais executivos. Quem paga cotas milionárias para levar o Brasil a lugares de pouca tradição na bola diz que também vai lucrar.
"Não haverá melhor ocasião para fazer propaganda em Mascate por muito tempo. O jogo contra o Brasil oferece enorme oportunidades de promoções", diz Sayyid Klalid, dirigente da federação de Omã.
A mineradora brasileira Vale foi uma que aproveitou o amistoso em Mascate para ligar sua marca à seleção, procedimento que não adota no Brasil. Ainda vai oferecer ingressos aos funcionários brasileiros, que no entanto terão que vestir camisa com as cores da empresa.
O motivo "oficial" do amistoso de hoje é pela celebração da data nacional de Omã. Mas sob o comando de Dunga o Brasil já jogou pelo centenário do futebol na Estônia e até para celebrar o aniversário dos canais de esportes da rede de TV Al Jazeera, do Qatar.
Antes da convocação para a Copa da África, o Brasil ainda faz um amistoso, em março, provavelmente na Europa.


NA TV - Omã x Brasil
Globo e Sport, ao vivo, às 12h




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