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Leite de pedra
Scolari começa hoje em Goiás busca por vaga na final da Copa Sul-Americana com elenco experiente, mas pobre de títulos
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
Talvez nem mesmo Luiz
Felipe Scolari acreditava que
o Palmeiras chegaria tão longe nesta sofrida temporada.
Mas hoje, contra o Goiás,
em Goiânia, o time dá o primeiro passo rumo à decisão
da Copa Sul-Americana.
A julgar pelo elenco que
tem em mãos, e comparando
com o time que tinha em sua
primeira passagem pelo clube, entre 1997 e 2000, pode-
-se dizer que Scolari está tirando leite de pedra.
A comparação é ele mesmo quem faz. Em 1998, Scolari deu ao Palmeiras o título
da Copa Mercosul, a primeira
grande conquista sul-americana do clube. A situação
atual é parecida: o técnico
gaúcho pode dar ao Palmeiras um novo título internacional após hiato de 11 anos.
"Ainda não somos o mesmo grupo que tínhamos em
1998 ou 1999. Mas caminhamos para um possível grupo
com muita força em 2011",
disse. "[Em 1998] Montamos
um grupo com campeões da
Mercosul, da Libertadores."
Analisando os dois elencos (o de 1998 e o atual), a diferença no currículo é grande. Apesar de terem praticamente a mesma média de
idade -25,9 anos hoje contra
25,6 em 1998-, o elenco
campeão da Mercosul tinha,
até então, uma bagagem que
o time de Deola, Kleber, Tinga e companhia não tem.
Dos 13 jogadores considerados titulares naquele ano,
todos tinham, no mínimo,
um triunfo no campeonato
paulista. No grupo atual, o
lateral Gabriel Silva, o volante Tinga e o atacante Luan lutam pela primeira conquista.
A maior exceção é Edinho,
campeão da Libertadores e
do Mundial de Clubes com o
Internacional, em 2006. O
experiente Marcos Assunção, 34, também: ganhou um
Italiano com a Roma, na temporada 2000/2001.
Valdivia -que pode só
voltar a jogar em 2011-, e seu
substituto, Lincoln, têm no
currículo os obscuros títulos
chileno e ucraniano.
Deola, apesar de já estar
com 27 anos de idade, tem
apenas o Paulista de 2008,
embora não tenha jogado.
"O meu grupo é assim, pequenininho. Temos algumas
dificuldades. E temos uma
forma de jogar que, quando
um ou dois [jogadores] desfalcam, nos causa muitas dificuldades na formação da
equipe", disse Scolari.
Porém é deste jeito, com
dificuldades, com um grupo
pequeno, com Valdivia machucado, que Scolari está se
aproximando de mais um título. "O [grupo] que eu tenho
é bom para essa competição", concluiu o técnico.
Mas para competições assim, copeiras, parece que
basta ter Scolari no banco.
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