São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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Leite de pedra

Scolari começa hoje em Goiás busca por vaga na final da Copa Sul-Americana com elenco experiente, mas pobre de títulos

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Talvez nem mesmo Luiz Felipe Scolari acreditava que o Palmeiras chegaria tão longe nesta sofrida temporada.
Mas hoje, contra o Goiás, em Goiânia, o time dá o primeiro passo rumo à decisão da Copa Sul-Americana.
A julgar pelo elenco que tem em mãos, e comparando com o time que tinha em sua primeira passagem pelo clube, entre 1997 e 2000, pode- -se dizer que Scolari está tirando leite de pedra.
A comparação é ele mesmo quem faz. Em 1998, Scolari deu ao Palmeiras o título da Copa Mercosul, a primeira grande conquista sul-americana do clube. A situação atual é parecida: o técnico gaúcho pode dar ao Palmeiras um novo título internacional após hiato de 11 anos.
"Ainda não somos o mesmo grupo que tínhamos em 1998 ou 1999. Mas caminhamos para um possível grupo com muita força em 2011", disse. "[Em 1998] Montamos um grupo com campeões da Mercosul, da Libertadores."
Analisando os dois elencos (o de 1998 e o atual), a diferença no currículo é grande. Apesar de terem praticamente a mesma média de idade -25,9 anos hoje contra 25,6 em 1998-, o elenco campeão da Mercosul tinha, até então, uma bagagem que o time de Deola, Kleber, Tinga e companhia não tem.
Dos 13 jogadores considerados titulares naquele ano, todos tinham, no mínimo, um triunfo no campeonato paulista. No grupo atual, o lateral Gabriel Silva, o volante Tinga e o atacante Luan lutam pela primeira conquista.
A maior exceção é Edinho, campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes com o Internacional, em 2006. O experiente Marcos Assunção, 34, também: ganhou um Italiano com a Roma, na temporada 2000/2001.
Valdivia -que pode só voltar a jogar em 2011-, e seu substituto, Lincoln, têm no currículo os obscuros títulos chileno e ucraniano.
Deola, apesar de já estar com 27 anos de idade, tem apenas o Paulista de 2008, embora não tenha jogado.
"O meu grupo é assim, pequenininho. Temos algumas dificuldades. E temos uma forma de jogar que, quando um ou dois [jogadores] desfalcam, nos causa muitas dificuldades na formação da equipe", disse Scolari.
Porém é deste jeito, com dificuldades, com um grupo pequeno, com Valdivia machucado, que Scolari está se aproximando de mais um título. "O [grupo] que eu tenho é bom para essa competição", concluiu o técnico.
Mas para competições assim, copeiras, parece que basta ter Scolari no banco.


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