São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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Gesto de chineses gera saia justa

JOGOS ASIÁTICOS
No pódio, agrado a patrocinador é entendido como provocação a japonês


Ng Han Guan/Associated Press
O japonês Hisashi Mizutori observa gestos de ginastas chineses no pódio dos Jogos Asiáticos

DE SÃO PAULO

A intenção, segundo os ginastas, era só fazer uma brincadeira, um pouco de propaganda. Mas o gesto de dois chineses no pódio criou saia justa nos Jogos Asiáticos.
Teng Haibin, primeiro colocado na disputa do individual geral, e Lu Bo, o segundo, posaram para fotos com as medalhas no peito e fazendo gestos com a mão como se portassem revólveres. No terceiro degrau do pódio estava o japonês Hisashi Mizutori.
O gesto gerou confusão nos bastidores do evento, que acontece em Guangzhou, na China. E foi interpretado por alguns como manifestação de hostilidade.
Tanto que os dois ginastas correram para se explicar.
Primeiro, no pódio, após olhar atônito de Mizutori. Teng disse aos jornalistas que, sabendo que poderia ser mal interpretado, tratou de conversar com o rival e explicar o motivo de seu gesto.
Depois, vieram as explicações públicas. Teng e Lu disseram que não estavam imitando armas e sim o logotipo da empresa Li Ning, fornecedora de material esportivo da delegação chinesa.
Queriam fazer propaganda da marca, que pertence ao ex-ginasta Li Ning, campeão olímpico que acendeu a pira dos Jogos de Pequim-2008.
O episódio, porém, foi usado por meios de comunicação para relembrar tensões diplomáticas entre China e Japão nos últimos meses.
A crise começou em setembro após a Guarda Costeira do Japão interceptar um barco pesqueiro chinês na região de ilhotas inabitadas disputadas pelos dois países, chamadas de Senkaku, no Japão, e de Diaoyu, na China.
O problema ocorre justamente no auge das relações comerciais entre os dois países. Em 2009, os chineses se tornaram o principal parceiro comercial dos japoneses.
A polêmica envolvendo seu gesto no topo do pódio ofuscou o feito que Teng atingiu nos Jogos Asiáticos, espécie de Olimpíada entre os países do continente.

RESSURGIMENTO
O chinês, campeão mundial em Anaheim-2003, chegou ao ouro em um evento de grande porte após quase seis anos no ostracismo.
O período de esquecimento ocorreu após Atenas-2004.
Campeão no cavalo com alça, o chinês cometeu erros na final por equipe, e seu país não foi ao pódio.
Em Pequim-2008, seu nome não foi incluído da seleção. Em casa, os chineses conquistaram a medalha de ouro por equipes.


Com agências de notícias


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