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Paulistas e mineiros dividem recursos e jogadores
da Reportagem Local
A supremacia no futebol brasileiro está sendo conquistada
por paulistas e mineiros com
uma política de divisão de dinheiro e de material humano.
Além da ligação entre as federações, os clubes dos dois Estados compartilham patrocínios
e trocam jogadores e técnicos.
O fundo norte-americano
HMTF, por exemplo, escolheu
Corinthians e Cruzeiro como
alvos iniciais de seus investimentos no futebol brasileiro.
O HMTF adquiriu o controle
dos dois clubes investindo, de
início, R$ 70 milhões -R$ 50
milhões no Corinthians e R$ 20
milhões no Cruzeiro.
Com a presença do fundo, a
negociação de jogadores entre
os dois times foi facilitada.
No início do Brasileiro, o Corinthians adquiriu o zagueiro
João Carlos e mandou Cris para o Cruzeiro, que ainda negociava com o HMTF na época.
Agora, o lateral cruzeirense
André também deve se transferir para o time paulista para a
disputa do Mundial de Clubes.
Mas não é só entre clubes administrados por uma mesma
empresa que as negociações
entre mineiros e paulistas
acontecem.
O Atlético-MG é formado basicamente por jogadores "importados" do futebol paulista.
O time tem, por exemplo,
cinco jogadores que passaram
pelo São Paulo e que são os
principais responsáveis pela
boa campanha do time no Brasileiro-99.
Juntos, Guilherme, Marques,
Belletti, Gallo e Adriano marcaram 45 dos 56 gols do time mineiro na competição, ou 80%
do total da artilharia da equipe.
Além dos ex-jogadores do
São Paulo, o Atlético-MG trouxe outros jogadores do futebol
paulista, como o goleiro Velloso, que atuava pelo Palmeiras, e
o meia Robert, que já jogou no
Santos.
Na maioria dos casos, o time
mineiro contrata os atletas por
empréstimo ou aqueles que são
donos do próprio passe.
Com bom relacionamento,
os clubes dos dois Estados também fazem trocas envolvendo
vários jogadores.
Em 1996, na mais famosa delas, São Paulo e Cruzeiro fizeram um negócio que envolveu
sete. Os paulistas receberam o
lateral Serginho e meia Belletti
e mandaram para Minas Gerais cinco atletas, os meias Palhinha e Donizete, o lateral Vitor, o zagueiro Gilmar e o atacante Aílton.
O intercâmbio de treinadores
também é grande.
No Brasileiro-99, dois mineiros comandaram as campanhas de duas das maiores surpresas da competição -Marco
Aurélio, na Ponte Preta, e Carlos Alberto Silva, no Guarani.
Para montar o time que está
disputando a final do Nacional,
o Atlético-MG contou com o
técnico Dario Pereyra, um uruguaio que fez quase toda sua
carreira no futebol paulista.
Ele foi o treinador do time
mineiro até a última rodada da
fase de classificação do Brasileiro-99, quando foi demitido.
(PC e FV)
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