São Paulo, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 1999


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Paulistas e mineiros dividem recursos e jogadores

da Reportagem Local

A supremacia no futebol brasileiro está sendo conquistada por paulistas e mineiros com uma política de divisão de dinheiro e de material humano.
Além da ligação entre as federações, os clubes dos dois Estados compartilham patrocínios e trocam jogadores e técnicos.
O fundo norte-americano HMTF, por exemplo, escolheu Corinthians e Cruzeiro como alvos iniciais de seus investimentos no futebol brasileiro.
O HMTF adquiriu o controle dos dois clubes investindo, de início, R$ 70 milhões -R$ 50 milhões no Corinthians e R$ 20 milhões no Cruzeiro.
Com a presença do fundo, a negociação de jogadores entre os dois times foi facilitada.
No início do Brasileiro, o Corinthians adquiriu o zagueiro João Carlos e mandou Cris para o Cruzeiro, que ainda negociava com o HMTF na época. Agora, o lateral cruzeirense André também deve se transferir para o time paulista para a disputa do Mundial de Clubes.
Mas não é só entre clubes administrados por uma mesma empresa que as negociações entre mineiros e paulistas acontecem.
O Atlético-MG é formado basicamente por jogadores "importados" do futebol paulista.
O time tem, por exemplo, cinco jogadores que passaram pelo São Paulo e que são os principais responsáveis pela boa campanha do time no Brasileiro-99.
Juntos, Guilherme, Marques, Belletti, Gallo e Adriano marcaram 45 dos 56 gols do time mineiro na competição, ou 80% do total da artilharia da equipe.
Além dos ex-jogadores do São Paulo, o Atlético-MG trouxe outros jogadores do futebol paulista, como o goleiro Velloso, que atuava pelo Palmeiras, e o meia Robert, que já jogou no Santos.
Na maioria dos casos, o time mineiro contrata os atletas por empréstimo ou aqueles que são donos do próprio passe.
Com bom relacionamento, os clubes dos dois Estados também fazem trocas envolvendo vários jogadores.
Em 1996, na mais famosa delas, São Paulo e Cruzeiro fizeram um negócio que envolveu sete. Os paulistas receberam o lateral Serginho e meia Belletti e mandaram para Minas Gerais cinco atletas, os meias Palhinha e Donizete, o lateral Vitor, o zagueiro Gilmar e o atacante Aílton.
O intercâmbio de treinadores também é grande.
No Brasileiro-99, dois mineiros comandaram as campanhas de duas das maiores surpresas da competição -Marco Aurélio, na Ponte Preta, e Carlos Alberto Silva, no Guarani.
Para montar o time que está disputando a final do Nacional, o Atlético-MG contou com o técnico Dario Pereyra, um uruguaio que fez quase toda sua carreira no futebol paulista.
Ele foi o treinador do time mineiro até a última rodada da fase de classificação do Brasileiro-99, quando foi demitido. (PC e FV)


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