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DAY AFTER
Atacante reclama por ser acordado ao meio-dia após noite de festejos e se diz "despreparado" para jogar no exterior
Robinho afirma que seu melhor ainda está por vir
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O atacante Robinho, 18, herói
santista da final do Brasileiro, reclamou com a mãe, Marina da
Silva Souza, 42, porque ela o
acordou às 12h de ontem para
tomar café da manhã.
Depois de participar das comemorações pelo título, chegar em
casa às 4h e deitar às 8h, a principal revelação do campeonato só
queria dormir. "Ele já acordou
bravo. Não gosta que a gente
chame, mas, se deixar, dorme o
dia todo", disse a mãe.
No prédio onde a família mora,
no bairro José Menino (classe
média alta), em Santos (SP), nada indicava a presença do maior
ídolo santista, já apelidado de
"Pelezinho" pelos torcedores.
Para o pai, Gilvan da Silva, 42, o
dia foi normal. Ele só poderia ver
o filho à noite. Logo cedo, saiu
para trabalhar, numa unidade da
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo), onde há 22 anos é ajudante de encanador.
Com receio de ir ao Morumbi
-no jogo anterior foi hostilizada ao passar inadvertidamente
com o carro entre torcedores corintianos-, Marina Souza preferiu assistir à final pela televisão,
na casa de amigas, no bairro Parque Bitaru (classe média baixa),
em São Vicente, onde Robinho
nasceu e a família morava até um
mês e meio atrás.
Tomando café ao lado do primo Tião, Robinho disse já sonhar com as férias, embora esteja
convocado, com os companheiros Diego e William, para a seleção brasileira sub-20 que disputará o Sul-Americano da categoria, em janeiro, no Equador.
"Não vê o Diegão? Com esse
esforço todo, sentiu", afirmou o
atacante, em referência à lesão
muscular que, aos 4min do primeiro tempo, tirou da partida o
amigo, com o qual trocou de camisa ao ascender para o profissional -no time juvenil do Santos, Diego usava a número 7, e
Robinho, a 10. "Comigo, não tem
essa de número de camisa. Jogo
com a que o treinador me der."
Autor do primeiro gol e das jogadas que resultaram nos outros
dois marcados pelo Santos, Robinho conteve a emoção enquanto assistia pela televisão aos
lances do jogo, mas gargalhou ao
ver as entrevistas dos colegas.
"Vou zoar no treino", disse, ao
perceber que o zagueiro André
Luis não encontrava as palavras
para articular uma frase.
Robinho ainda se diz incapaz
de dimensionar a importância
do feito dele e dos companheiros
para a torcida do Santos, que não
comemorava tão intensamente
uma conquista desde 1984.
Para o jovem, o desempenho
na partida, na qual se converteu
no principal destaque com o goleiro Fábio Costa, ainda está longe do que ele acredita ser capaz
de exibir. "Minha melhor atuação ainda está por vir. Não me
contento com pouco." Apesar da
fama e das propostas que deverá
receber, Robinho, com contrato
até 2005, ainda se diz "despreparado" para viver fora.
(FS)
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