São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Eleição para o melhor jogador da temporada, que teve resultado divulgado pela imprensa espanhola, perde suspense

Fifa e Ronaldo "apenas" cumprem tabela

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ronaldo será o grande homenageado na festa que a Fifa realizará hoje em Madri, na Espanha, na entrega do prêmio de melhor jogador do mundo na temporada.
O atacante brasileiro, sabe-se, levou a melhor na disputa que pela primeira vez teve seu resultado divulgado pelo mundo antes da premiação. A imprensa espanhola, mais preocupada em celebrar o centenário Real Madrid, anfitrião da festa da Fifa neste ano, tratou de antecipar a vitória de Ronaldo, principal contratação do time espanhol para esta temporada.
Os oito gols que Ronaldo fez na Copa do Mundo e que lhe renderam a artilharia do torneio -pela primeira vez desde 1974 um jogador marcou mais de seis gols no Mundial- foram os grandes responsáveis pela expressiva votação do jogador brasileiro, que vai pegar seu terceiro troféu.
Em 1996 e 1997, Ronaldo, então em plena forma no Barcelona e, depois, na Inter de Milão, ganhou da Fifa o título de melhor jogador do planeta. Além dele, só o francês Zidane conseguiu por duas vezes essa honraria (1998 e 2000).
O brasileiro, porém, tem acumulado prêmios nas últimas semanas. Além do mérito esportivo, Ronaldo tem sido saudado por seu exemplo de recuperação -na Inglaterra, foi lembrado como a personalidade do ano, prêmio que poucos esportistas venceram.
O atacante esteve até com sua carreira ameaçada após grave lesão em seu joelho direito -rompeu tendão patelar em abril de 2000 pela final da Copa da Itália.
Ronaldo ficou quase dois anos inativo e só voltou a atuar de fato na Copa do Mundo -na Inter, o técnico argentino Héctor Cúper relutava em escalar o brasileiro no final da temporada passada.
Após a Copa, o centroavante voltou a ter algumas contusões e demorou cerca de um mês para estrear no Real Madrid. Em seu primeiro jogo no time espanhol, marcou dois gols em poucos minutos e empolgou os torcedores, mas, depois, caiu de produção.
Na decisão do Mundial interclubes contra o Olimpia, porém, voltou a se destacar. Marcou o primeiro gol na vitória de 2 a 0 do Real Madrid. No mesmo estádio de Yokohama em que brilhou na final da Copa, foi eleito o melhor jogador da partida que rendeu o terceiro Mundial interclubes para o poderoso clube espanhol.
A eleição organizada pela Fifa, que colheu votos até poucos dias antes da decisão do Mundial interclubes, conta com a participação de técnicos das seleções nacionais. Esses escolhem seus três melhores -não podem votar em jogadores de suas equipes.
Luiz Felipe Scolari, treinador que levou o Brasil ao pentacampeonato, por exemplo, escolheu Beckham, Zidane e Figo como destaques -após a Copa, chegou a dizer que Rivaldo fora o melhor.
Neste ano, os três finalistas (jogadores que mais foram votados) foram Ronaldo, Kahn e Zidane.
O goleiro alemão ganhou o prêmio de melhor jogador da Copa, mas acabou falhando na final contra o Brasil -soltou a bola nos pés de Ronaldo no primeiro gol brasileiro. Já Zidane esteve contundido no Mundial e só atuou uma partida, caindo com a França ainda na primeira fase.
Além da Bola de Ouro da Fifa, Kahn receberá troféu de melhor goleiro do ano -foi o primeiro de sua posição a ficar entre os finalistas na eleição da Fifa.
Ronaldo ganhou a Bola de Prata como o segundo melhor jogador do Mundial -o sul-coreano Hong Myung Bo ganhou a Bola de Bronze-, mas o atacante ficou com a Chuteira de Ouro, prêmio oferecido ao artilheiro da competição -Rivaldo e Klose acabaram levando a Chuteira de Prata.
A seleção brasileira será premiada como a equipe do ano. Senegal ganha troféu como a seleção que mais ascendeu no planeta. Bélgica e Coréia do Sul serão premiadas, respectivamente, pelo jogo limpo e pelo jogo atrativo no Mundial.
Depois de Ronaldo, porém, o grande homenageado será mesmo o Real Madrid, que ganhará troféu por seus cem anos de vida.


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