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FUTEBOL
Eleição para o melhor jogador da temporada, que teve resultado divulgado pela imprensa espanhola, perde suspense
Fifa e Ronaldo "apenas" cumprem tabela
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ronaldo será o grande homenageado na festa que a Fifa realizará
hoje em Madri, na Espanha, na
entrega do prêmio de melhor jogador do mundo na temporada.
O atacante brasileiro, sabe-se,
levou a melhor na disputa que pela primeira vez teve seu resultado
divulgado pelo mundo antes da
premiação. A imprensa espanhola, mais preocupada em celebrar o
centenário Real Madrid, anfitrião
da festa da Fifa neste ano, tratou
de antecipar a vitória de Ronaldo,
principal contratação do time espanhol para esta temporada.
Os oito gols que Ronaldo fez na
Copa do Mundo e que lhe renderam a artilharia do torneio -pela
primeira vez desde 1974 um jogador marcou mais de seis gols no
Mundial- foram os grandes responsáveis pela expressiva votação
do jogador brasileiro, que vai pegar seu terceiro troféu.
Em 1996 e 1997, Ronaldo, então
em plena forma no Barcelona e,
depois, na Inter de Milão, ganhou
da Fifa o título de melhor jogador
do planeta. Além dele, só o francês Zidane conseguiu por duas
vezes essa honraria (1998 e 2000).
O brasileiro, porém, tem acumulado prêmios nas últimas semanas. Além do mérito esportivo,
Ronaldo tem sido saudado por
seu exemplo de recuperação -na
Inglaterra, foi lembrado como a
personalidade do ano, prêmio
que poucos esportistas venceram.
O atacante esteve até com sua
carreira ameaçada após grave lesão em seu joelho direito -rompeu tendão patelar em abril de
2000 pela final da Copa da Itália.
Ronaldo ficou quase dois anos
inativo e só voltou a atuar de fato
na Copa do Mundo -na Inter, o
técnico argentino Héctor Cúper
relutava em escalar o brasileiro no
final da temporada passada.
Após a Copa, o centroavante
voltou a ter algumas contusões e
demorou cerca de um mês para
estrear no Real Madrid. Em seu
primeiro jogo no time espanhol,
marcou dois gols em poucos minutos e empolgou os torcedores,
mas, depois, caiu de produção.
Na decisão do Mundial interclubes contra o Olimpia, porém, voltou a se destacar. Marcou o primeiro gol na vitória de 2 a 0 do
Real Madrid. No mesmo estádio
de Yokohama em que brilhou na
final da Copa, foi eleito o melhor
jogador da partida que rendeu o
terceiro Mundial interclubes para
o poderoso clube espanhol.
A eleição organizada pela Fifa,
que colheu votos até poucos dias
antes da decisão do Mundial interclubes, conta com a participação de técnicos das seleções nacionais. Esses escolhem seus três
melhores -não podem votar em
jogadores de suas equipes.
Luiz Felipe Scolari, treinador
que levou o Brasil ao pentacampeonato, por exemplo, escolheu
Beckham, Zidane e Figo como
destaques -após a Copa, chegou
a dizer que Rivaldo fora o melhor.
Neste ano, os três finalistas (jogadores que mais foram votados)
foram Ronaldo, Kahn e Zidane.
O goleiro alemão ganhou o prêmio de melhor jogador da Copa,
mas acabou falhando na final
contra o Brasil -soltou a bola
nos pés de Ronaldo no primeiro
gol brasileiro. Já Zidane esteve
contundido no Mundial e só
atuou uma partida, caindo com a
França ainda na primeira fase.
Além da Bola de Ouro da Fifa,
Kahn receberá troféu de melhor
goleiro do ano -foi o primeiro
de sua posição a ficar entre os finalistas na eleição da Fifa.
Ronaldo ganhou a Bola de Prata
como o segundo melhor jogador
do Mundial -o sul-coreano
Hong Myung Bo ganhou a Bola
de Bronze-, mas o atacante ficou
com a Chuteira de Ouro, prêmio
oferecido ao artilheiro da competição -Rivaldo e Klose acabaram
levando a Chuteira de Prata.
A seleção brasileira será premiada como a equipe do ano. Senegal
ganha troféu como a seleção que
mais ascendeu no planeta. Bélgica
e Coréia do Sul serão premiadas,
respectivamente, pelo jogo limpo
e pelo jogo atrativo no Mundial.
Depois de Ronaldo, porém, o
grande homenageado será mesmo o Real Madrid, que ganhará
troféu por seus cem anos de vida.
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