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Técnico da seleção evita o Pré-Olímpico temendo a repetição da fracassada corrida a Barcelona
Parreira se afasta de time sub-23 para não reviver 92
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Lembra o fracasso da seleção
brasileira no Pré-Olímpico de
1992? O técnico Carlos Alberto
Parreira lembra. E tão bem que,
para não repetir aquele fracasso,
ficará distante da seleção sub-23.
"A experiência no Paraguai [em
1992], minha e do Zagallo, não foi
nada boa. A gente bota muita
pressão em cima dos jogadores.
Ficamos lá sem ter o que fazer. Tiramos a naturalidade. Até podemos ir a um jogo, mas não vamos
acompanhar o Pré-Olímpico. Veremos pela TV", disse o treinador.
Parreira era o técnico da seleção
principal do Brasil quando a equipe sub-23 do país não se classificou para os Jogos de Barcelona.
O time nacional deu um vexame
ao não avançar nem à fase final do
Pré-Olímpico que foi disputado
em janeiro e fevereiro de 1992 no
Paraguai -no mês que vem, a seleção treinada por Ricardo Gomes buscará vaga em Atenas.
"Não quero criar nenhum embaraço [na seleção sub-23]. O Ricardo está fazendo um trabalho
ótimo e não vai começar do zero.
Ele está arriscado a não ter tempo
para treinar o time. E o Pré-Olímpico vai ser difícil. Tem que levar
um time bom", afirmou Parreira.
O jogo que selou a eliminação
brasileira em 1992 foi um empate
em 1 a 1 com a Venezuela. Paraguai e Colômbia ganharam as vagas para a Olimpíada daquele ano
-foi o único Pré-Olímpico na
América do Sul que não viu Brasil
ou Argentina ficar com o título.
"De repente a gente pode até ir
na Olimpíada. O Ricardo passa
bastante tempo com a gente, e o
trabalho é feito em conjunto. Mas
nós já temos uma experiência anterior em Pré-Olímpico que não
foi favorável", declarou Parreira.
Após Parreira deixar a seleção
principal do Brasil em 1994, o país
conquistou os dois títulos do Pré-Olímpico (em 1996, na Argentina,
e em 2000, no Brasil). Mas a tão
esperada medalha de ouro não
saiu em Atlanta nem em Sydney.
"Todo mundo quer vencer o
Brasil. É uma dificuldade enorme", diz Parreira sobre o torneio
que Ricardo Gomes irá enfrentar
-em 1992, Ernesto Paulo estava à
frente da equipe brasileira sub-23.
Apenas duas seleções sul-americanas ganharão vaga em Atenas.
Caso o Brasil não fique em primeiro em sua chave na primeira
fase, terá que disputar uma repescagem de risco. O segundo e terceiro colocados fazem jogo único
contra os respectivos da outra
chave-partidas que serão decididas nos pênaltis se não houver
um vitorioso no tempo normal.
Sem alguns de seus atletas preferidos devido a vetos de times
europeus e contusões, Ricardo
Gomes deverá ter problemas para
classificar o time sub-23 no Chile.
Enquanto isso, Parreira deverá
ver jogos na Europa. "Não sei se
em janeiro ou em fevereiro, mas
com certeza vamos dar uma saída. Vamos ver quando as datas
coincidem com um bom jogo."
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