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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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Técnico da seleção evita o Pré-Olímpico temendo a repetição da fracassada corrida a Barcelona

Parreira se afasta de time sub-23 para não reviver 92

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Lembra o fracasso da seleção brasileira no Pré-Olímpico de 1992? O técnico Carlos Alberto Parreira lembra. E tão bem que, para não repetir aquele fracasso, ficará distante da seleção sub-23.
"A experiência no Paraguai [em 1992], minha e do Zagallo, não foi nada boa. A gente bota muita pressão em cima dos jogadores. Ficamos lá sem ter o que fazer. Tiramos a naturalidade. Até podemos ir a um jogo, mas não vamos acompanhar o Pré-Olímpico. Veremos pela TV", disse o treinador.
Parreira era o técnico da seleção principal do Brasil quando a equipe sub-23 do país não se classificou para os Jogos de Barcelona.
O time nacional deu um vexame ao não avançar nem à fase final do Pré-Olímpico que foi disputado em janeiro e fevereiro de 1992 no Paraguai -no mês que vem, a seleção treinada por Ricardo Gomes buscará vaga em Atenas.
"Não quero criar nenhum embaraço [na seleção sub-23]. O Ricardo está fazendo um trabalho ótimo e não vai começar do zero. Ele está arriscado a não ter tempo para treinar o time. E o Pré-Olímpico vai ser difícil. Tem que levar um time bom", afirmou Parreira.
O jogo que selou a eliminação brasileira em 1992 foi um empate em 1 a 1 com a Venezuela. Paraguai e Colômbia ganharam as vagas para a Olimpíada daquele ano -foi o único Pré-Olímpico na América do Sul que não viu Brasil ou Argentina ficar com o título.
"De repente a gente pode até ir na Olimpíada. O Ricardo passa bastante tempo com a gente, e o trabalho é feito em conjunto. Mas nós já temos uma experiência anterior em Pré-Olímpico que não foi favorável", declarou Parreira.
Após Parreira deixar a seleção principal do Brasil em 1994, o país conquistou os dois títulos do Pré-Olímpico (em 1996, na Argentina, e em 2000, no Brasil). Mas a tão esperada medalha de ouro não saiu em Atlanta nem em Sydney.
"Todo mundo quer vencer o Brasil. É uma dificuldade enorme", diz Parreira sobre o torneio que Ricardo Gomes irá enfrentar -em 1992, Ernesto Paulo estava à frente da equipe brasileira sub-23.
Apenas duas seleções sul-americanas ganharão vaga em Atenas.
Caso o Brasil não fique em primeiro em sua chave na primeira fase, terá que disputar uma repescagem de risco. O segundo e terceiro colocados fazem jogo único contra os respectivos da outra chave-partidas que serão decididas nos pênaltis se não houver um vitorioso no tempo normal.
Sem alguns de seus atletas preferidos devido a vetos de times europeus e contusões, Ricardo Gomes deverá ter problemas para classificar o time sub-23 no Chile.
Enquanto isso, Parreira deverá ver jogos na Europa. "Não sei se em janeiro ou em fevereiro, mas com certeza vamos dar uma saída. Vamos ver quando as datas coincidem com um bom jogo."


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