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TELEVISÃO
Juiz veta torneio no SBT e dá prazo de 48 horas para a federação assinar com TV carioca sob pena de multa
Liminar devolve Paulista-2003 à Globo
DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA
O juiz Márcio Antonio Boscaro,
da 29ª Vara Cível de São Paulo,
determinou, em liminar concedida anteontem à noite, prazo de 48
horas para que a FPF (Federação
Paulista de Futebol) assine contrato com a TV Globo para a
transmissão do Campeonato
Paulista de 2003, sob pena de
multa de R$ 50 mil por dia.
O prazo é contado a partir do
momento em que a FPF for notificada sobre a liminar.
A liminar foi concedida à TV
Globo, que acionou judicialmente
a FPF, na última quarta, após a
entidade fechar contrato com o
SBT e negar à rede carioca o direito de preferência nas negociações
pelo Paulista-2003. Na próxima
segunda, a FPF irá recorrer da liminar, que é decisão provisória.
A liminar, se não for cassada até
o dia 25, quando começa o Paulista-2003, impedirá o SBT de transmitir o campeonato.
Em seu despacho, o juiz Boscaro determina que "não poderá a
requerida [FPF" autorizar nenhuma outra emissora de TV a transmitir os jogos desse campeonato,
pois o direito contratualmente assegurado à requerente [TV Globo" é de exclusividade. Em caso
de recusa da requerida no cumprimento dessa decisão, autorizo
[à TV Globo" o depósito judicial
das parcelas de pagamento do
preço da avença".
O imbróglio em torno do Paulista-2003 começou em outubro,
quando a Globo recusou proposta
da FPF de transmitir 12 jogos do
campeonato por R$ 12 milhões.
Na época, a Globo alertou a FPF
de que cláusula do contrato do
Paulista-2002 prevê direito de
preferência à emissora pelo Paulista-2003. Ou seja, a Globo tem o
direito de avaliar propostas feitas
pela FPF a outras emissoras e cobri-las pelos mesmos valores.
Em novembro, após concluir
negociações com o SBT, a federação deu prazo de 30 dias (até 29 de
dezembro) para que a Globo
exercesse seu direito de preferência. Mas, 20 dias antes, a FPF assinou contrato com o SBT. No dia
27, a Globo enviou fax à federação
afirmando que aceitava a proposta feita ao SBT, mas a correspondência original só foi protocolada
na FPF no dia 2 de janeiro.
FPF e SBT, então, adotaram a tese de que o fax não teria validade
jurídica e que a Globo exercera
seu direito fora do prazo e sem
manifestar que aceitava as condições do SBT, de R$ 12 milhões por
22 jogos, sendo três às quartas e
sete aos sábados, em horários que
conflitam com a grade da Globo.
Em seu despacho, o juiz Boscaro afirma que o direito de preferência da Globo foi exercido no
prazo e nas condições do SBT.
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