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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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Com Portuguesa nas finais do Paulista-2003, cidade tem novamente seus três times em boa fase

O renascimento santista

Francio de Holanda - 13.fev.02/Folha Imagem
O atacante Rico, que já fez seis gols pela Portuguesa Santista neste Paulista, posa em Ulrico Mursa


PAULO COBOS
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a invicta Portuguesa Santista classificada às finais do Paulista-2003, o futebol de Santos completa seu renascimento.
Moribundos no início do ano passado, Santos, Jabaquara e Santista, cada um de acordo com seu porte, deram a volta por cima em pouco tempo apostando em fórmulas, principalmente, caseiras.
Mais famoso clube da cidade, o Santos quebrou um tabu de 18 anos sem títulos importantes ao vencer o último Brasileiro com uma equipe cheia de jovens.
Essa mesma juventude fez o Jabaquara, que estava desativado, voltar ao futebol com sucesso -o time foi campeão da sexta divisão do Estadual no ano passado.
Santos e Jabaquara têm uma parceria que leva jogadores e profissionais da comissão técnica do primeiro para o segundo. Esse acordo planeja levar o Jabaquara até a quarta divisão, quando o clube já teria fôlego para caminhar com as próprias pernas.
Agora é a vez da Portuguesa Santista, que apostou no técnico Pepe, nascido na cidade e que fez história como jogador no Santos, para acabar com décadas de campanhas medíocres no Estadual.
"A Baixada Santista, de certa forma, domina hoje o futebol brasileiro e o paulista. Fazia uns 35 anos que não víamos essa situação", diz Francisco Lopes, diretor de futebol do Santos.
Segundo o dirigente, a mesma parceria feita com o Jabaquara foi oferecida à Santista, mas o negócio, de acordo com Lopes, acabou não prosperando por "picuinhas" de alguns dirigentes lusos.
Sem o acerto com o Santos, o caminho trilhado pela Santista, além do carisma de Pepe, foi apelar para empresários.
O principal deles é Luiz Taveira, que cedeu ao clube do litoral dez jogadores, entre eles o atacante Rico, emprestado pelo São Paulo e artilheiro do time com seis gols.
A estrutura totalmente amadora do passado recente também foi atenuada. "Após a saída do antigo patrocinador, começamos do zero. Estamos indo além das expectativas", diz Heraldo de Almeida, gerente de futebol do clube.
Além de empresários, que bancam os salários de alguns atletas, o clube acertou patrocínio do banco português Banifprimus, que dá ajuda de R$ 20 mil à "Briosa". "Acho que merecemos mais", diz Almeida. O restante dos salários e as premiações são cobertas com o dinheiro das cotas de TV.
Com os clubes da cidade em alta, os dirigentes esperam que os moradores de Santos voltem aos bons tempos da primeira metade do século passado, quando os clássicos entre as três equipes, que chegaram a disputar juntas o Estadual, eram uma grande atração.
"Hoje vemos torcedores com a camisa dos três clubes nas ruas da cidade. Acho que é o renascimento santista. Isso nos dá muito orgulho", afirmou Delchi Migotto Filho, presidente do Jabaquara, lembrando ainda que a cidade sediará os Jogos Abertos do Interior e está construindo o Museu Pelé.


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