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LEGISLAÇÃO
Comissões da Câmara propõem uma série de emendas ao projeto de lei apresentado pelo governo passado
Antes de votação, Estatuto do Torcedor já sofre mudanças
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estatuto de Defesa do Torcedor que deverá ser votado amanhã pelo Congresso Nacional é
um projeto de lei diferente daquele enviado em regime de urgência
pelo governo FHC, em 30 de outubro do ano passado.
O deputado Gilmar Machado
(PT-MG), principal interlocutor
petista no esporte, afirmou que
irá tirar uma série de aberrações
do projeto inicial, formulado por
um grupo de trabalho do então
Ministério do Esporte e Turismo.
"Não cabem num estatuto do
torcedor itens que tratam do financiamento do desporto e da
Justiça desportiva", disse o deputado, que analisou o estatuto como membro da Comissão de
Educação, Cultura e Desporto.
"Estamos retirando também
cláusulas que possibilitavam ao
torcedor exigir ressarcimento em
caso de erros de arbitragem ou da
própria Justiça desportiva."
"Imagine se isso estivesse valendo no sábado, no jogo entre Santos e São Paulo. O que não teria de
torcedor que poderia entrar na
Justiça por causa daquele pênalti
[sofrido por Ricardo Oliveira e
não marcado pelo juiz a favor do
time da Vila Belmiro]?"
Machado pediu ainda a exclusão da cláusula que obriga o clube
mandante a cuidar da integridade
do juiz. "A responsabilidade é da
força pública, os times não podem criar uma polícia paralela."
Outro ponto polêmico que será
modificado por meio de emenda
diz respeito ao prazo para as entidades que organizam os campeonatos apresentarem a tabela e o
regulamento. "Tem que haver um
prazo, mas não pode ser de 150
dias. Deve ser menor, até para ser
viável. Tem que ser respeitado o
intervalo entre os torneios, que às
vezes não chega a tanto."
Finalmente, Machado defende
que o torcedor tenha, além dos direitos previstos, obrigações.
É o mesmo ponto de vista do
deputado Celso Russomanno
(PPB-SP), que irá propor emendas ao projeto como relator da
Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.
"O torcedor que brigar no estádio ou nos arredores, ou mesmo
que invadir o gramado, terá que
ser punido. Poderá pegar pena de
3 a 12 meses que o obrigará a comparecer na delegacia em dia de jogo de seu time. E será julgado pelo
Tribunal Especial Criminal, que
tem 60 dias para fazê-lo", disse
Russomanno. Ele afirmou ainda
que irá propor maior fiscalização
nos preços dentro dos estádios.
O estatuto foi analisado também por uma terceira comissão, a
de Constituição e Justiça. Mas o
deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), relator da comissão, disse que considerou o texto
constitucional e que não tem reclamações sobre ele.
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