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Com respaldo de atletas, Meligeni é o novo capitão do Brasil na Davis
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE
Após os boicotes que levaram o
Brasil à terceira divisão da Copa
Davis, Fernando Meligeni, com o
apoio dos jogadores, é o novo capitão da equipe na competição.
Como a Folha antecipou ontem, o ex-jogador foi convidado
pelo presidente da Confederação
Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda
da Rosa, após o insucesso das negociações com o técnico de Gustavo Kuerten, Larri Passos.
A intenção inicial era que Larri
desempenhasse a função de capitão, mas fosse também o coordenandor de todas as categorias.
Como a CBT não conseguiu patrocínio para realizar o projeto,
Larri declinou do convite.
Na Costa do Sauípe, onde
acompanha o único torneio de
primeira linha no Brasil, Fernando Meligeni foi procurado por Ricardo Mello, Flávio Saretta e André Sá e questionado sobre a possibilidade de assumir o posto.
"Liguei para o Jorge [Lacerda
da Rosa], e ele me deu sinal verde", disse Meligeni. "Não fujo de
desafio. É legal assumir o cargo.
Minha experiência pode ajudar."
Meligeni foi membro da equipe
brasileira na Davis de 1993 a 2003
e disputou 19 confrontos.
Diretor técnico da CBT, ele manifestara a vontade de atuar só como colaborador, devido a outros
compromissos profissionais.
Meligeni diz, porém, que sua
agenda não atrapalhará o desempenho como capitão da Davis.
"Tô negociando um programa
semanal na TV, mas como é gravado dá para deixar alguns prontos na semana do confronto." Semifinalista em Roland Garros e
ex-número 25 do mundo, Meligeni não tem experiência como técnico, mas diz achar que isso não
deve ser um problema.
"Se nunca tivesse estado em
uma quadra, poderia atrapalhar.
Mas não tenho que inventar nada.
O jogador já vem preparado pelo
técnico. Basta dar continuidade."
Ele diz que não pretende ser um
tampão, como aconteceu com os
últimos três capitães, que dirigiram a equipe em um confronto.
O novo capitão deve anunciar o
nome de seu auxiliar e do quarto
jogador (Mello, Saretta e Sá estão
garantidos) na segunda-feira.
O Brasil joga de 4 a 6 de março
contra a Colômbia, em Bogotá. É
a primeira vez que o Brasil joga
pela terceira divisão da Davis.
"Adoro desafio. Quero mostrar
aos tenistas que o objetivo é voltar
à primeira divisão em dois anos."
Número um do Brasil, Mello
nunca disputou a competição, e
Saretta tem pouca experiência.
"A Copa Davis é um esporte à
parte do tênis. É o nosso Mundial.
É onde se vê quem são os meninos
e os jogadores."
Meligeni afirmou que pretende
contar com Guga, que se recupera
de cirurgia no quadril e chega hoje à Costa do Sauípe, em confrontos futuros da Davis.
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