São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004

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FUTEBOL

Decisão sai após o Qatar acertar com 3 brasileiros

Comissão da Fifa impõe regra para controlar as seleções de aluguel

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fifa decidiu ontem emergencialmente exigir que jogadores tenham ligação com o país que venham a defender. A medida foi tomada após a federação do Qatar oferecer propostas a jogadores brasileiros que atuam na Europa e não têm relação com o país.
No último dia 11, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, consultou o Comitê de Urgência da máxima entidade do futebol sobre o caso.
Ontem saiu a decisão da comissão. Entre os dirigentes presentes na Suíça, estava Ricardo Teixeira, presidente da CBF.
Aílton, Dedê e Leandro, que atuam no futebol alemão, tinham negociações adiantadas para defender o Qatar. O primeiro ganharia agora 1 milhão e cerca de 400 mil por temporada para atuar na seleção do país árabe. Os outros dois até já foram ao Qatar.
"A nacionalização que deixa jogadores representarem um país com o qual não têm relação evidente não respeita o espírito dos estatutos [da Fifa]. É imprescindível acabar com essa prática. Também levarei o tema ao Congresso Ordinário em Paris", diz Blatter.
O Qatar esperava usar estrangeiros em sua seleção com base em trecho dos estatutos: "Atleta que nunca atuou por uma seleção pode adquirir outra nacionalidade e jogar pelo novo país".
A Fifa estipulou ontem quatro possíveis situações para que um atleta que consiga uma nacionalidade além da sua original possa atuar por essa nova seleção.
A primeira é ter nascido no território do país em questão. A segunda é ter pai ou mãe biológicos nascidos nesse país. A terceira é que um dos avós do jogador tenha nascido no país. A quarta é que o jogador tenha residido por pelo menos dois anos consecutivos no país que pretende defender.
Segundo a Fifa, os três brasileiros que estão dispostos a defender o Qatar só poderão concretizar esse plano se passarem duas temporadas naquele país.
Aílton, 30, artilheiro do Alemão, atua no Werder Bremen e vê a seleção do Qatar como a sua chance de atuar em um Mundial. "Meu maior sonho é disputar uma Copa já que pelo Brasil minhas chances são reduzidas." Dedê, 25, e Leandro, 26, que defendem o Borussia Dortmund, também seguem o raciocínio de Aílton em relação a disputar a Copa por outro país.
A federação do Qatar já se pronunciou após a decisão da Fifa. "Tendo em vista as regras impostas pela Fifa, a federação do Qatar interrompe, pelo menos por agora, o processo para nacionalizar os três atletas brasileiros", disse um porta-voz da entidade.


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