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FUTEBOL
Decisão sai após o Qatar acertar com 3 brasileiros
Comissão da Fifa impõe regra para controlar as seleções de aluguel
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fifa decidiu ontem emergencialmente exigir que jogadores tenham ligação com o país que venham a defender. A medida foi
tomada após a federação do Qatar
oferecer propostas a jogadores
brasileiros que atuam na Europa e
não têm relação com o país.
No último dia 11, o presidente
da Fifa, Joseph Blatter, consultou
o Comitê de Urgência da máxima
entidade do futebol sobre o caso.
Ontem saiu a decisão da comissão. Entre os dirigentes presentes
na Suíça, estava Ricardo Teixeira,
presidente da CBF.
Aílton, Dedê e Leandro, que
atuam no futebol alemão, tinham
negociações adiantadas para defender o Qatar. O primeiro ganharia agora 1 milhão e cerca de
400 mil por temporada para
atuar na seleção do país árabe. Os
outros dois até já foram ao Qatar.
"A nacionalização que deixa jogadores representarem um país
com o qual não têm relação evidente não respeita o espírito dos
estatutos [da Fifa]. É imprescindível acabar com essa prática. Também levarei o tema ao Congresso
Ordinário em Paris", diz Blatter.
O Qatar esperava usar estrangeiros em sua seleção com base
em trecho dos estatutos: "Atleta
que nunca atuou por uma seleção
pode adquirir outra nacionalidade e jogar pelo novo país".
A Fifa estipulou ontem quatro
possíveis situações para que um
atleta que consiga uma nacionalidade além da sua original possa
atuar por essa nova seleção.
A primeira é ter nascido no território do país em questão. A segunda é ter pai ou mãe biológicos
nascidos nesse país. A terceira é
que um dos avós do jogador tenha
nascido no país. A quarta é que o
jogador tenha residido por pelo
menos dois anos consecutivos no
país que pretende defender.
Segundo a Fifa, os três brasileiros que estão dispostos a defender
o Qatar só poderão concretizar
esse plano se passarem duas temporadas naquele país.
Aílton, 30, artilheiro do Alemão,
atua no Werder Bremen e vê a seleção do Qatar como a sua chance
de atuar em um Mundial. "Meu
maior sonho é disputar uma Copa
já que pelo Brasil minhas chances
são reduzidas." Dedê, 25, e Leandro, 26, que defendem o Borussia
Dortmund, também seguem o raciocínio de Aílton em relação a
disputar a Copa por outro país.
A federação do Qatar já se pronunciou após a decisão da Fifa.
"Tendo em vista as regras impostas pela Fifa, a federação do Qatar
interrompe, pelo menos por agora, o processo para nacionalizar
os três atletas brasileiros", disse
um porta-voz da entidade.
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