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BASQUETE
Caixa e falta de patrocínio prejudicam Vasco, Paraná e Santo André
Nacional imita Superliga e chega à semifinal em crise
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os times que disputam a partir
do fim de semana as semifinais do
Nacional feminino de basquete, a
exemplo do que ocorre com os times que decidem a Superliga feminina de vôlei, enfrentam problemas com o atraso nos pagamentos e a falta de patrocínio.
O Vasco venceu anteontem o
Jundiaí, no Rio, para terminar o
returno na primeira colocação e
agora enfrentará nos playoffs o
Ourinhos, quarto colocado. O Paraná, segundo colocado, disputará sua série contra o Santo André,
terceiro na tabela classificatória.
As séries terão início sábado.
Apesar de ter avançado na competição, a maioria das atletas das
equipes que jogarão os playoffs
têm motivos para lamentar.
As jogadoras do Vasco, campeão da última edição do Estadual
do Rio, estão sem receber salários.
""Isso [o atraso no pagamento"
não é novidade, todos os atletas
do Vasco estão passando por isso.
Mas todos têm reservas, estamos
vivendo disso", explica Janeth Arcain, cestinha da competição com
389 pontos (média de 27,8 pontos
por partida) e líder em assistências (5,4 por jogo) e recuperação
de bolas (3,9 por partida).
Segundo Janeth, as jogadoras
do Vasco fizeram um pacto para
ignorar a falta de pagamentos e
conquistar o inédito título brasileiro para a equipe do Rio.
""Resolvemos lutar por um objetivo comum. Estamos mais preocupadas em jogar, independentemente do atraso dos salários, pois
sabemos que, de uma hora para a
outra, podemos receber", afirma,
apesar de reconhecer o risco de
terminar o Nacional sem salário.
As atletas do Paraná, campeão
nacional de 2000, enfrentaram situação semelhante -ficaram
sem receber por três meses-, o
originou um clima de insegurança entre as atletas.
""Esse é o pior momento para o
basquete nacional. Parece que virou moda: assim como o Vasco e
o vôlei do Flamengo, ficamos sem
receber por uns três meses", compara a armadora Helen.
Embora o pagamento dos salários no Paraná esteja normalizado, esse tipo de situação, mesmo
após ser resolvida, deixa sequelas.
""Não dá para ter tranquilidade
com uma situação dessa. Quer dizer, no meio do Nacional, por
causa desse tipo de coisa, você fica
em dúvida se terá time para jogar
o Estadual, se ficará sem emprego", completa a armadora.
Outra equipe de tradição, o Santo André, campeão brasileiro do
ano passado e vice de 1999, disputa o Nacional sem patrocínio, pois
não conta com o apoio da Arcor
desde a decisão do Paulista.
""A estrutura praticamente não
sofreu alterações após a perda do
patrocínio, pois a prefeitura banca a diferença. Mas não dá para
realizar um planejamento a longo
prazo", afirma Adão Pereira, supervisor do time do ABC paulista.
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