São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2001

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BASQUETE

Caixa e falta de patrocínio prejudicam Vasco, Paraná e Santo André

Nacional imita Superliga e chega à semifinal em crise

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os times que disputam a partir do fim de semana as semifinais do Nacional feminino de basquete, a exemplo do que ocorre com os times que decidem a Superliga feminina de vôlei, enfrentam problemas com o atraso nos pagamentos e a falta de patrocínio.
O Vasco venceu anteontem o Jundiaí, no Rio, para terminar o returno na primeira colocação e agora enfrentará nos playoffs o Ourinhos, quarto colocado. O Paraná, segundo colocado, disputará sua série contra o Santo André, terceiro na tabela classificatória. As séries terão início sábado.
Apesar de ter avançado na competição, a maioria das atletas das equipes que jogarão os playoffs têm motivos para lamentar.
As jogadoras do Vasco, campeão da última edição do Estadual do Rio, estão sem receber salários.
""Isso [o atraso no pagamento" não é novidade, todos os atletas do Vasco estão passando por isso. Mas todos têm reservas, estamos vivendo disso", explica Janeth Arcain, cestinha da competição com 389 pontos (média de 27,8 pontos por partida) e líder em assistências (5,4 por jogo) e recuperação de bolas (3,9 por partida).
Segundo Janeth, as jogadoras do Vasco fizeram um pacto para ignorar a falta de pagamentos e conquistar o inédito título brasileiro para a equipe do Rio.
""Resolvemos lutar por um objetivo comum. Estamos mais preocupadas em jogar, independentemente do atraso dos salários, pois sabemos que, de uma hora para a outra, podemos receber", afirma, apesar de reconhecer o risco de terminar o Nacional sem salário.
As atletas do Paraná, campeão nacional de 2000, enfrentaram situação semelhante -ficaram sem receber por três meses-, o originou um clima de insegurança entre as atletas.
""Esse é o pior momento para o basquete nacional. Parece que virou moda: assim como o Vasco e o vôlei do Flamengo, ficamos sem receber por uns três meses", compara a armadora Helen.
Embora o pagamento dos salários no Paraná esteja normalizado, esse tipo de situação, mesmo após ser resolvida, deixa sequelas.
""Não dá para ter tranquilidade com uma situação dessa. Quer dizer, no meio do Nacional, por causa desse tipo de coisa, você fica em dúvida se terá time para jogar o Estadual, se ficará sem emprego", completa a armadora.
Outra equipe de tradição, o Santo André, campeão brasileiro do ano passado e vice de 1999, disputa o Nacional sem patrocínio, pois não conta com o apoio da Arcor desde a decisão do Paulista.
""A estrutura praticamente não sofreu alterações após a perda do patrocínio, pois a prefeitura banca a diferença. Mas não dá para realizar um planejamento a longo prazo", afirma Adão Pereira, supervisor do time do ABC paulista.


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