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Com dedo da federação, Marinho sai de campo
Coronel diz que críticas de Luxemburgo à presença no gramado o fizeram repensar
Chefe da arbitragem não sabe nem se irá ao Parque Antarctica no domingo para o clássico que será apitado por Wilson Luiz Seneme
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O chefe da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista
de Futebol, o coronel Marcos
Marinho, disse que não assistirá ao clássico entre Palmeiras e
São Paulo, no domingo, do gramado do Parque Antarctica.
O homem que comanda o
apito no Estado abandona, assim, um hábito que vinha incomodando algumas pessoas. Entre elas, o técnico do Palmeiras,
Vanderlei Luxemburgo, que
por mais de uma vez reclamou
publicamente da presença de
Marinho nos gramados.
A mais recente delas deu-se
no domingo passado, após a
derrota palmeirense por 2 a 1
para o rival, que teve o polêmico gol de mão do atacante
Adriano validado pelo árbitro
Paulo César de Oliveira e pela
assistente Maria Elisa Barbosa.
"A responsabilidade é toda
do coronel Marinho. Falta uma
conduta mais profissional. A
presença dele ali atrás do gol
inibe os árbitros. Além disso, se
ele está naquele local, é para
olhar a arbitragem, e não ficar
me vigiando, como ficou fazendo o jogo inteiro", afirmou.
Ontem, Marinho negou que
estivesse vigiando o treinador.
Mas admitiu que as críticas de
Luxemburgo pesaram na sua
decisão de não acompanhar
mais as partidas do campo.
"Ele colocou uma situação
que me fez repensar. Quem sabe ele não está certo? Só procuro o melhor para o futebol e para a federação", disse Marinho.
O sumiço do coronel dos gramados, porém, já havia sido decidido antes. O presidente da
FPF, Marco Polo Del Nero, reuniu-se com o chefe da arbitragem anteontem e pediu que ele
não acompanhasse o segundo
clássico da semifinal do gramado do Parque Antarctica.
"Não foi uma ordem, foi um
aconselhamento do presidente
para que eu não fosse ao campo", ponderou Marinho.
Segundo ele, outras pessoas
"mais experientes" deram o
mesmo conselho. E ele, então,
tomou a decisão.
"Já vinha pensando muito a
respeito. Precisamos rever alguns posicionamentos, ver o
que é melhor para o futebol."
Não foi assim que a notícia
chegou ao Palmeiras já anteontem à noite. Os cartolas comentavam que Del Nero havia proibido a presença do juiz no campo. E comemoraram.
O chefe da arbitragem já não
sabe nem se irá mais ao estádio
ver a partida in loco.
Em reunião realizada ontem
à tarde, na sede da federação, o
árbitro Wilson Luiz Seneme foi
sorteado para apitar o clássico
de domingo. Os assistentes serão Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto.
A semifinal envolvendo o anfitrião Guaratinguetá e a Ponte
Preta, amanhã, será apitada por
Cleber Wellington Abade. Ednilson Corona e Ana Paula de
Oliveira completam o trio.
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