Djalma Vassão/Gazeta Press

O meio-campista Carlos Alberto, durante entrevista em loja de carros usados de luxo

DA REPORTAGEM LOCAL

Na av. Sumaré, uma loja de carros usados de luxo foi o lugar inusitado em que Carlos Alberto deu entrevista como atleta isolado pelo São Paulo.
Nos fundos da loja, que pertence a um amigo, uma área de lazer com mesinha de plástico e churrasqueira esperava o meia, afastado um dia antes por decisão do presidente do clube, Juvenal Juvêncio.
Carlos Alberto chegou alegre, óculos escuros, sorriso no rosto. Fazia piadas.
"Dizem por aí que eu estou gordo. Trabalhei todos os dias numa academia com um personal trainer, olha aqui."
Cumprimentou repórteres mais íntimos e, ao sentar-se à mesa, tinha uma expressão de leveza. E, mesmo não querendo atacar, não deixou de expor a mágoa com a diretoria.
"Houve dois critérios. Fábio Santos voltou por causa da necessidade, e todo mundo sabe que a minha falta foi menor. O Juvenal foi injusto. Apenas me atrasei, mas acabei com a maior punição."
Para Carlos Alberto, a decisão da diretoria refletiu uma incompreensão de seu estado quando chegou ao São Paulo.
"Eles sabiam que seria assim, que eu ia precisar de tempo para poder começar um jogo como titular por causa do meu problema de tireóide. E não tiveram paciência."
Soterrado pelos microfones, soltava gracejos -"Cuidado para não abrir meu supercílio"-, brincava com os rumores e esclarecia sua relação com Fábio Santos -pivô da confusão que resultou na suspensão de ambos.
"Ele veio aqui, deu-me um abraço ontem e disse que estava com a consciência pesada por eu estar afastado."
Sem medo do rótulo de "bad boy" -"Sou novo ainda, tenho 23 anos"-, o jogador disse que que tem três propostas no Brasil. Deverá manter a forma no país, mas seu futuro depende do Werder Bremen, com quem tem vínculo até 2010. E de quem deve levar puxão de orelhas.
"Prometi que eu ia estudar alemão e não estudei nada", afirmou o meia, com cara de quem foi pego colando na prova. (MÁRVIO DOS ANJOS)


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