São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nacional assiste à pior equipe da história

Com 20 derrotas, Nova Iguaçu amarga mais baixo aproveitamento do basquete

Time recebe hoje Brasília, no que pode ser seu último jogo no torneio masculino, com discurso derrotista e só com ambição de "dar trabalho"

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Nova Iguaçu recebe hoje o Brasília para se tornar o pior time da história do Nacional masculino de basquete. Em 19 anos de disputa, nunca uma equipe amargou aproveitamento tão baixo como o clube da Baixada Fluminense.
"Será muito difícil obter a primeira vitória. Espero que a gente consiga fazer um bom jogo e dar trabalho", diz Keller Cardoso, supervisor da equipe.
O discurso também é encampado pelo técnico Bruno Freire. "Infelizmente não atingimos a meta que era ganhar um ou dois jogos. Quero pelo menos tornar o jogo mais difícil. O Brasília já está classificado e, de repente, vai poupar alguns jogadores", comenta o treinador.
O Nacional, competição surgida em 1990, já teve a participação de 66 clubes. Desses, dez passaram em branco -não venceram nenhuma partida- em uma edição do campeonato.
E, entre todos os lanternas, é o Nova Iguaçu quem apresenta o pior índice de ponto average (divisão dos pontos marcados pelos sofridos), principal critério de desempate: 0,59230.
Como comparação, o Atlético-MG, que ocupava antes a incômoda posição, apresentou 0,66044 de ponto average na primeira edição do Nacional.
Em números isolados, pelo menos, o Nova Iguaçu não fica na rabeira da tabela histórica.
Em suas partidas, o time marcou, em média, 56,9 pontos por jogo. O ataque só perde para o de outro time do Rio, o Grajaú, que, no Nacional-07, fazia apenas 45,6 pontos por partida.
A defesa, por sua vez, leva 96,2 pontos por duelo. Entre os "zerados", há sete clubes com aproveitamento pior. No entanto ninguém perdeu por uma diferença tão alta de pontos: média de 39,2 por confronto.
Uma das razões para a fraca campanha foi a ausência de patrocínio -o clube despende R$ 10 mil por mês. Sem dinheiro, o elenco fez todas suas viagens de ônibus. Cumpriu pela estrada inclusive os 1.348 km que separam sua sede de Lajeado-RS e os 1.364 km até Salvador.
"A viagem ao Rio Grande do Sul durou um dia inteiro. Já para Salvador, ficamos 27 horas na estrada", rememora Freire.
Para não deixar o grupo parado, a estratégia do treinador é chegar aos jogos na véspera.
"Com isso, realizamos ao menos um treinamento leve antes das partidas. Mas teve um dia que os atletas só fizeram piscina para relaxar", diz o técnico.
O planejamento não foi à prova de imprevistos. Para a Bahia, o time enfrentou série de contratempos e não chegou a tempo de enfrentar o Salvador. O Comitê Executivo do Nacional protela uma decisão sobre o caso há seis semanas.
O Salvador reivindica vitória por W.O. e já avisou que não entra em quadra novamente. Pode ser o triunfo que tiraria o Nova Iguaçu do fundo do poço.


Texto Anterior: Parreira: Técnico decide deixar seleção da África do Sul
Próximo Texto: Fiasco rende patrocínio e até convites
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.