São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Pequim 2008

A graça do esporte - Beisebol e softbol


Céu e inferno em uma única tacada

Frente a frente, a angústia de quem arremessa e a técnica de quem consegue rebater fazem a graça de um esporte

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

O "gol" não é tão simples quanto pôr a bola na rede. É necessária uma seqüência de ação e reação para finalizar um home run, o "gol" do beisebol, jogada que vale mais pontos e provoca alvoroço na torcida.
A jogada hipnotiza tanto os presentes que até faz parar, por minutos, a comilança que acompanha os torcedores, num jogo que dura horas e se torna uma festa nas arquibancadas.
O home run expõe técnica, tática, precisão e, por que não, sorte. O arremessador e o rebatedor ficam frente a frente no momento crucial da partida.
O primeiro lança a bola. O segundo tenta rebatê-la para fora dos limites do campo. Nesse caso, ele pode percorrer todas as quatro bases. Chega a seu home run e conquista um ponto.
O feito pode ser maior. Se as bases estiverem "cheias", com corredores de seu time, o rebatedor acumula quatro pontos na jogada do home run. Faz um Grand Slam. Será o seu "gol".
O arremessador é o ponto-chave. Suas mãos alavancam ou derrubam sua equipe. A todo custo, ele visa evitar a tacada perfeita do oponente.
Nem sempre funciona. Nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2003, o Brasil foi para o último inning, a parcial do jogo, à frente da potência Cuba. Kleber Ojima, arremessador da seleção, lançou a bola, o cubano completou o "gol", e os caribenhos evitaram zebra histórica.
"Chorei tanto que, no dia seguinte, acordei com febre", fala Ojima. "O ideal é saber as características do rebatedor. E jogar a bola onde ele tem mais dificuldade para rebater."
A estratégia é a conquista de partes do território. O jogador deve se apoderar da base rival. Assim, seu time soma pontos.
O rebatedor mais eficiente é, no geral, o atleta mais forte fisicamente. O mais alto. Aquele que terá maior poder para mandar a bola para fora.
"O home run é uma batida que pode decidir o jogo. Com uma só tacada, você pode marcar quatro pontos", diz Jorge Otsuka, presidente da CBBS, a entidade brasileira que comanda a modalidade e o softbol.
Os dois esportes têm basicamente as mesmas regras, com variações como os tamanhos da bola (maior no softbol) e do campo (maior no beisebol). Mulheres são maioria no softbol. Na Olimpíada, é modalidade exclusivamente feminina.
Originário dos EUA, o beisebol difundiu-se no Japão e em países da América Central, além de exceções como Holanda e Austrália. No Brasil, a exceção à regra ocorre nas categorias de base. O país foi campeão mundial infantil (até 11 anos) em 1990 e júnior (de 15 a 16 anos) em 1993. O adulto segue a muitos home runs da elite.


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