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Pequim 2008
A graça do esporte - Beisebol e softbol
Céu e inferno em uma única tacada
Frente a frente, a angústia de quem arremessa e a técnica de quem consegue rebater
fazem a graça de um esporte
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
O "gol" não é tão simples
quanto pôr a bola na rede. É necessária uma seqüência de ação
e reação para finalizar um home run, o "gol" do beisebol, jogada que vale mais pontos e
provoca alvoroço na torcida.
A jogada hipnotiza tanto os
presentes que até faz parar, por
minutos, a comilança que
acompanha os torcedores, num
jogo que dura horas e se torna
uma festa nas arquibancadas.
O home run expõe técnica,
tática, precisão e, por que não,
sorte. O arremessador e o rebatedor ficam frente a frente no
momento crucial da partida.
O primeiro lança a bola. O segundo tenta rebatê-la para fora
dos limites do campo. Nesse caso, ele pode percorrer todas as
quatro bases. Chega a seu home
run e conquista um ponto.
O feito pode ser maior. Se as
bases estiverem "cheias", com
corredores de seu time, o rebatedor acumula quatro pontos
na jogada do home run. Faz um
Grand Slam. Será o seu "gol".
O arremessador é o ponto-chave. Suas mãos alavancam ou
derrubam sua equipe. A todo
custo, ele visa evitar a tacada
perfeita do oponente.
Nem sempre funciona. Nas
quartas-de-final da Copa do
Mundo de 2003, o Brasil foi para o último inning, a parcial do
jogo, à frente da potência Cuba.
Kleber Ojima, arremessador da
seleção, lançou a bola, o cubano
completou o "gol", e os caribenhos evitaram zebra histórica.
"Chorei tanto que, no dia seguinte, acordei com febre", fala
Ojima. "O ideal é saber as características do rebatedor. E jogar
a bola onde ele tem mais dificuldade para rebater."
A estratégia é a conquista de
partes do território. O jogador
deve se apoderar da base rival.
Assim, seu time soma pontos.
O rebatedor mais eficiente é,
no geral, o atleta mais forte fisicamente. O mais alto. Aquele
que terá maior poder para
mandar a bola para fora.
"O home run é uma batida
que pode decidir o jogo. Com
uma só tacada, você pode marcar quatro pontos", diz Jorge
Otsuka, presidente da CBBS, a
entidade brasileira que comanda a modalidade e o softbol.
Os dois esportes têm basicamente as mesmas regras, com
variações como os tamanhos da
bola (maior no softbol) e do
campo (maior no beisebol).
Mulheres são maioria no softbol. Na Olimpíada, é modalidade exclusivamente feminina.
Originário dos EUA, o beisebol difundiu-se no Japão e em
países da América Central,
além de exceções como Holanda e Austrália. No Brasil, a exceção à regra ocorre nas categorias de base. O país foi campeão
mundial infantil (até 11 anos)
em 1990 e júnior (de 15 a 16
anos) em 1993. O adulto segue a
muitos home runs da elite.
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