São Paulo, segunda-feira, 18 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

Domingo opaco dos times grandes


Só o Ramalhão venceu entre paulistas. No fim de semana, os quatro maiores de São Paulo deveram futebol


MANO MENEZES fez bem ao escalar o Corinthians mais forte possível no Rio. E foi premiado com o empate, que poderia ter sido uma vitória não fosse a máscara de André Santos, o egoísta, e um gol perdido por Ronaldo que, se fosse o Souza, o mundo viria abaixo. Deve também o 0 a 0 ao goleiro Felipe, porque no segundo tempo o Botafogo foi melhor, em um fim de semana ruim para os paulistas, que só venceram com o Santo André, e mesmo assim no sábado.

Inter, que Inter?
A justa dúvida sobre o Inter começou a ser dissipada pelo time misto dos colorados, diante do Palmeiras, que anda abaixo da crítica. Com só quatro titulares, o primeiro tempo foi quase todo vermelho, tamanha a bola que jogou o menino Taison, apagado tanto contra o Corinthians como contra o Flamengo. Pierre que o diga, tão desconcertante foi o drible que levou no gol de Danny Morais. E quando o Palmeiras apertou, em busca do empate que quase obteve, a entrada de três titulares acabou por decidir o jogo para os gaúchos, num 2 a 0 inquestionável, com direito a gol de D'Alessandro. O bem sacado neologismo de Tostão, o titês, deu um banho no surrado luxemburguês. Sim, este Inter deve ir longe, porque se ganha ou empata quando joga mal, tem elenco para ganhar bem, sem seus titulares. E sem tomar gols. Pobre Flamengo.

Acorda, São Paulo
O gigante adormeceu. E perdeu a naturalidade. Em meio à onda de contusões no Morumbi, o time perde gols imperdíveis, vê cair assustadoramente a qualidade de um Hernanes e, não fosse a arbitragem, teria perdido para o Furacão, que tem razão em reclamar do 2 a 2, porque o empate tricolor foi em impedimento claro.

Elementar, Santos
Empatar em 3 a 3, em casa, depois de estar vencendo o Goiás por 2 a 0 e 3 a 1, tem até explicação para o Santos. Mas não tem defesa. É isso. Não tem defesa.

Fenômeno
Quase nada a acrescentar ao que foi dito sobre a reveladora entrevista de Ronaldo na sabatina Folha. A dura constatação de que melhor é educar os filhos fora do país, a não convincente justificativa para propagandear bebida alcoólica, a compreensível reivindicação de ser deixado em paz em seus momentos de lazer, a declaração de amor ao Flamengo, mesmo no Corinthians. Tudo que, enfim, revela um cara maduro, coerente, incoerente e independente. E, além disso, engraçado, cativante, raro. A ponto de ter dito o que disse sobre o duplo caráter do presidente da CBF, mesmo que, em tese, só tenha a perder com a sinceridade. Apenas Zico, em atividade, havia feito algo semelhante, exatamente no ano em que o cartola caiu de paraquedas na entidade, há 20 anos. Aliás, mais um troféu para Ricardo Teixeira, além de ter sido duramente criticado por Pelé, com quem se acertou, comercialmente. Depois, os dois maiores ídolos do nosso futebol pós-Pelé também o têm na conta que têm. Para não falar do Doutor Sócrates.
blogdojuca@uol.com.br

Texto Anterior: Inglaterra: Chelsea vence e Guus Hiddink é homenageado
Próximo Texto: Maurren impede fiasco nacional em GP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.