São Paulo, Terça-feira, 18 de Maio de 1999
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FUTEBOL
Maioria dos jogadores do time pouco ou nada sabia até ontem sobre o River, rival de amanhã na Libertadores
Palmeiras desconhece o adversário

Rafael Jacinto/Folha Imagem
O estudante Sidnei Ber, torcedor do Corinthians, veste camisa do River Plate, adversário do Palmeiras na semifinal da Libertadores


FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local

Quando entrar em campo para jogar com o River Plate amanhã à noite, em Buenos Aires, pelas semifinais da Libertadores da América, o Palmeiras estará defronte de um adversário desconhecido.
Apesar de reconhecer que o River era desde o início um dos favoritos à conquista do título sul-americano, a maioria dos jogadores palmeirenses pouco ou nada sabe sobre a equipe argentina.
"Não vi eles jogarem este ano. Sei que têm uns jogadores rápidos no ataque, e mais nada. Creio que o Luiz Felipe (Scolari, técnico palmeirense) tem suas cobras mandadas para observá-los. Vamos esperar que ele nos passe alguma coisa", revelou o zagueiro Cléber.
O meia Alex, outro que, questionado sobre os destaques do River, disse preferir "não citar um jogador só", alegou que a sequência de jogos que o Palmeiras vem tendo (o de amanhã será o sétimo em duas semanas) impediu um estudo mais aprofundado do rival.
"Depois que soubemos que iríamos enfrentá-los já tivemos que jogar contra Flamengo e Inter de Limeira", declarou o meia, que poderá dar lugar a Rogério amanhã -como uma alternativa de fortalecer a marcação.
"Sempre disse que estou aqui para ajudar e passar força. Estar no banco ou no campo independe para mim. Vou acatar qualquer decisão do Luiz Felipe, porque o momento é de unir forças, e não de complicar", afirmou Alex, sobre a possibilidade de ficar no banco.
Para o meia Zinho, a escassez de informações sobre o adversário não será um grande obstáculo para o Palmeiras.
"Dizer para você que vi um jogo deles na Libertadores seria mentira, pois realmente estamos envolvidos em duas outras competições. Mas a filosofia do futebol argentino será sempre a mesma, e o importante é a postura do nosso time. Você não pode alterar muito o seu modo de jogar por causa do adversário."
Um dos poucos que têm familiaridade com o River Plate ("Já joguei várias vezes contra uns cinco ou seis jogadores desse time e também contra o técnico"), o lateral-direito paraguaio Arce concorda com Zinho.
"Acho que isso não vai atrapalhar muito, não. Mesmo quando o time não conhece, o professor (Scolari) sempre tem alguma coisa para nos passar."
De fato, o "professor" pretende mostrar aos atletas teipes com partidas do River e repassar informações obtidas com colegas argentinos -mas só deve fazê-lo hoje, véspera do jogo.
"Como é que eu ia passar o teipe do River se me preparava para enfrentar outro time? Tive que passar teipe do Corinthians, do Flamengo, da Matonense", defendeu-se Scolari.
O treinador disse "conhecer bem" o River desde o tempo que treinava o Grêmio. "Esperava que eles chegassem até aqui pela tradição da Argentina na Libertadores."
Scolari, que não comandou o time anteontem contra a Inter por causa de uma crise de sinusite, ainda estava abatido ontem, mas irá viajar a Buenos Aires.
Ele deverá se submeter em junho a uma cirurgia para corrigir um desvio de septo (quebrou o nariz em 1978), causa do atual problema.
A Confederação Sul-Americana puniu o lateral-esquerdo Júnior com dois jogos de suspensão pela expulsão contra o Corinthians.
Assim, Júnior está fora das semifinais, e só volta ao time se o Palmeiras for às finais. Rubens Júnior deve ser o seu substituto.
No River, o zagueiro Ramos também pegou dois jogos de suspensão. O número de jogos deve-se ao fato de ambos serem reincidentes.


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