São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Aos 36, Sampras se sente competitivo

Recordista de títulos de Grand Slam, porém, rechaça volta ao circuito, mesmo após derrotar Federer no ano passado

Pela primeira vez no Brasil, americano disputará etapa de São Paulo do circuito de veteranos da ATP e estreará amanhã, diante de Meligeni

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase seis anos após sua aposentadoria, o ex-tenista americano Pete Sampras, 36, afirma que ainda se sente competitivo, mas refuta qualquer possibilidade de retornar ao circuito profissional, onde foi dominante na década passada.
Ele diz que essa possibilidade não passou em sua cabeça nem mesmo quando derrotou o atual líder do ranking, o suíço Roger Federer, no final do ano passado, em uma partida da série de exibições que fizeram.
"Foi desafiador e divertido, mas ganhar uma partida do Federer é muito diferente de voltar ao circuito", disse Sampras.
Na temporada passada, apenas seis tenistas conseguiram derrotar Federer. Questionado se seria pelo menos top 10 se voltasse a atuar, o americano respondeu que era uma pergunta de difícil resposta.
"Posso dizer que me sinto competitivo. Se treinar um pouco e ficar em forma, posso ser bastante competitivo na grama ou quadra dura", afirmou Sampras, que está no Brasil pela primeira vez para disputar o Grand Champions Brasil, etapa do circuito de veteranos da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).
"Posso ser competitivo, mas não sei se sou capaz de ganhar vários jogos na seqüência. Mas ainda posso sacar muito bem."
Sampras chegou ontem a São Paulo, cidade que considerou parecida com Los Angeles ("Muita gente, muito trânsito"), e atendeu a Folha com raquete embaixo do braço após bater bola na quadra do hotel.
Logo após a aposentadoria, Sampras disse que teve a mesma sensação de Gustavo Kuerten, que afirmou querer descansar do tênis e não se vê disputando jogos de exibição ou campeonatos de veteranos.
"Mas, depois de três, quatro anos, você começa a sentir falta da competitividade. Você procura algo para se tornar seu foco, e tênis é algo que ainda consigo fazer bem", afirmou.
Sampras contou que nos últimos anos cansou de responder quem é melhor, ele ou Federer. "É difícil dizer quem é melhor. Cada década, cada geração teve um grande jogador", disse Sampras, que fez questão de citar o australiano Rod Laver, dono de 11 títulos de Grand Slam na década de 60, como um dos três melhores da história, ao lado dele e de Federer.
O suíço, de acordo com Sampras, vai quebrar seus recordes, como o de 14 títulos de Grand Slams (Federer tem 12), e deve manter seu domínio no circuito por mais alguns anos.
Assim como Federer até agora, Sampras não conseguiu triunfar no saibro de Roland Garros. Atribuiu isso a sua formação como tenista.
"Como o Roger, eu não cresci acostumado a jogar no saibro. Cresci nas quadras duras da Califórnia", afirmou ele, que disse ter tentado diversas estratégias na busca pelo único Grand Slam que não venceu.
Em determinados anos, procurou atuar mais no saibro. Em outros, limitou os jogos no piso. "Deveria ter tentado um pouco mais de tecnologia, ter tentado usar raquetes maiores, mudado a tensão do encordoamento para conseguir mais efeito e velocidade do que usando raquetes menores, mas jogar bem no saibro não é uma tarefa simples", analisou.
O ex-tenista disse estar recuperado da lesão nas costas que o impediu de vir ao Brasil no mês passado e acabou provocando o adiamento do torneio.
Sua estréia no evento ocorrerá amanhã diante do brasileiro Fernando Meligeni, contra quem tem retrospecto de 1 a 1.
O brasileiro considera a vitória sobre a "lenda" como a maior da carreira, mas Sampras disse não se lembrar da partida de 1999, em Roma.


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