São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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JUCA KFOURI

Argentina sem defesa


O que falta atrás, no entanto, sobra na frente. Mas a fragilidade pode ser fatal para os argentinos


UMA VITÓRIA por 4 a 1 não merece contestação, certo? Errado. Fosse o Brasil que tivesse goleado, mas se exposto tanto aos ataques de um time fraco, reclamaríamos. E não se trata de reclamar dos hermanos, até porque o problema é deles.
Mas cabe dizer que, se a Argentina poderia ter vencido a Coreia do Sul, que é melhor que a do Norte, por uns seis gols de diferença, também vale constatar que, por pouco, não se complicou ao quase levar o 2 a 2 que poderia mudar tudo no jogo, já no segundo tempo.
Porque, se Diego Maradona tem uma defesa frágil com Samuel, sem ele, que se machucou para a entrada de Burdisso, fica muito pior. Ainda mais sem Verón, como no jogo de ontem, no Soccer City.
E Mascherano levou um cartão amarelo, motivo ou para não jogar contra a Grécia, para evitar o risco de ficar fora das oitavas de final, ou para jogar cheio de cuidados.
Há que se ver o que será da Argentina quando enfrentar um time mais poderoso ofensivamente.
Mas já se viu do que é capaz do meio de campo para a frente. Principalmente porque Lionel Messi (que faz muita falta à seleção espanhola...) não só dá passes com açúcar para os companheiros -Higuaín, autor de três gols, que o diga- como é dos poucos jogadores da atualidade capazes de driblar em direção à meta adversária.
Num dia em que Carlitos Tevez também joga bem, e Di María colabora, seja por causa de Higuaín, seja por causa de Agüero, gols certamente não faltarão. E olhe que Messi ainda não fez o dele, apesar de ter batido na trave.

3D
Fui ver futebol em três dimensões no espaço horroroso da Sony em plena praça Mandela, em uma demonstração de mau gosto e mandonismo insuperáveis, em um lugar nobre de Johannesburgo.
Dito isso, de fato, a coisa em si é assustadoramente impressionante. Claro que poderá ser aprimorada, porque ainda deixa uma certa sensação de artificialidade, como se os jogadores fossem recortados e destacados do gramado. Mas permite sensações deliciosas e, cada vez mais, os óculos são confortáveis e práticos. Será mesmo o futuro?

CRUELDADE
Ao longe, o som de uma vuvuzela.
Na boca de um uruguaio...

blogdojuca@uol.com.br


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