DO ENVIADO A FOZ DO IGUAÇU

Com o objetivo de evitar a primeira crise desde que assumiu a seleção, em agosto de 1998, o técnico Wanderley Luxemburgo resolveu radicalizar.
Sem ter conseguido escalar um time convincente nas eliminatórias da Copa-2002, ele mexeu em mais da metade do time.
No total, seis jogadores entrarão na equipe titular para tentar mudar a má fase da seleção.
As trocas ocorrem após o fracasso da equipe no Maracanã, no mês passado, contra o Uruguai. O Brasil empatou em 1 a 1, marcando o seu gol, de pênalti, a cinco minutos do final do jogo.
Com as mudanças, Luxemburgo escalou o time com cinco jogadores no meio-campo e apenas um atacante, esquema jamais utilizado pelo treinador desde o início do seu trabalho na seleção.
O meia Djalminha, do Deportivo La Coruña, e o zagueiro Edmílson, do São Paulo, são as principais novidades na equipe. Os dois foram convocados pela primeira vez por Luxemburgo.
""Vamos entrar para vencer a partida de qualquer maneira. Mesmo assim, não estou preocupado com o momento", disse Luxemburgo, tentando minimizar a interferência do resultado da partida de hoje no seu trabalho.
Até agora, a seleção está em segundo lugar, com oito pontos no torneio. Caso perca no Defensores del Chaco, a equipe brasileira poderá deixar, pela primeira vez, a zona de classificação ao final da quinta rodada, que será aberta hoje e termina amanhã.
Para isso, Uruguai e Equador terão que vencer os seus confrontos nesta rodada. O Uruguai jogará contra a Venezuela, em Montevidéu. O Equador enfrentará a Argentina, em Buenos Aires.
Quatro seleções se classificam para a Copa. A quinta colocada disputará repescagem com uma equipe da Oceania.
Luxemburgo sabe que uma má atuação hoje complicará ainda mais a situação do Brasil para o seu próximo jogo, no dia 26, contra a Argentina, no Morumbi -onde o Brasil foi vaiado na primeira apresentação que fez em São Paulo por estas eliminatórias.
A série de mudanças é mais uma tentativa de Luxemburgo de tentar acertar o time. No mês passado, ele também escalou uma equipe diferente. Na ocasião, lançou o esquema com quatro ""atacantes", como gostava de chamar o time com França, Sávio, Ronaldinho e o meia-atacante Rivaldo.
A formação ofensiva, treinada por cerca de uma semana em Teresópolis, não deu certo e durou apenas um tempo.
Desta vez, o time foi treinado novamente por mais uma semana, período mais longo que Luxemburgo pôde ter com o time.
Embora tenha evitado falar sobre a crise, o ambiente na seleção é delicado. No mês passado, o treinador foi chamado de burro no Maracanã durante o empate contra o Uruguai, por 1 a 1. Na ocasião, o time foi vaiado. O lateral-direito Cafu, da Roma, o capitão da equipe, foi um dos jogadores mais hostilizados.
Além da atuações irregulares da equipe, o ataque da seleção é um fracasso nas eliminatórias. Apesar de ter armado sempre formações diferentes nas últimas quatro partidas, o treinador ainda não conseguiu resolver a "seca" de gols dos atacantes, que ainda não marcaram uma vez na competição.
Para se ter uma idéia do desempenho pífio do ataque brasileiro, o segundo artilheiro da equipe é o zagueiro Antônio Carlos, da Roma, que terá que cumprir suspensão hoje. Ele já marcou dois gols.
Como se não bastasse o jejum de gols do ataque da seleção nas eliminatórias, França, que será o único jogador no setor, não marca um gol há quase um mês.
Além de ter escalado cinco jogadores no meio-campo e apenas um atacante, Luxemburgo optou por fazer uma ""experiência" na dupla de zagueiros contra o Paraguai, no principal jogo da equipe desde que assumiu o cargo.
O treinador escalou os inexperientes Edmílson, do São Paulo, e Roque Júnior, do Milan, na zaga.
Pela nova formação, o time jogará com os marcadores César Sampaio e Flávio Conceição, ambos do Deportivo La Coruña, e Zé Roberto, do Bayern Leverkusen no meio-campo.
""Não é um time defensivo. Vamos tentar fazer um time mais compacto. Mesmo assim, a intenção é chegar com três jogadores no ataque", contou Luxemburgo.
Rivaldo, do Barcelona, e Djalminha, do Deportivo La Coruña, vão completar o setor. Os dois jogadores vão atuar com liberdade para apoiar França.
Além de Antônio Carlos, Emerson desfalca o time por cumprir suspensão. (SÉRGIO RANGEL)
NA TV - Bandeirantes, Globo e PSN, ao vivo, às 21h40


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