São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 2000


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ATLETISMO
Exame do vice-campeão mundial dos 400m colhido no GP Brasil, em maio, ameaça presença na Olimpíada
Sanderlei Perrela é pego em antidoping

DA REPORTAGEM LOCAL

A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) informou ontem que uma amostra de urina de Sanderlei Parrela, 25, detectou a presença da substância metabolite norandrosterone (esteróide anabolizante). A entidade havia sido comunicada do fato pela Iaaf (Federação Internacional de Atletismo).
O exame foi feito em um laboratório credenciado pela Iaaf em Montreal, no Canadá. A amostra foi colhida no dia 14 de maio, durante o GP Brasil de atletismo, disputado no Rio.
De acordo com as normas da entidade, Parrela está suspenso provisoriamente, desde o último dia 29. Seu caso deve ser apreciado agora pelo TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da CBAt.
Após a decisão da CBAt, a Iaaf irá marcar uma data para julgar o brasileiro, que estava classificado para a prova dos 400 m rasos nos Jogos de Sydney.
"Com um pouco de sorte, acredito que possamos conseguir realizar esse julgamento antes da Olimpíada", afirmou Luiz Alberto de Oliveira, treinador de Sanderlei, que era uma das maiores esperanças de medalha para os Jogos de Sydney.
Sanderlei conseguiu a classificação olímpica após conquistar a medalha de prata no Mundial de atletismo, disputado no ano passado, em Sevilha, na Espanha.
O atleta brasileiro ficou atrás apenas do norte-americano Michael Johnson, que bateu o recorde mundial naquela prova, com o tempo de 43s18.
A última competição disputada por Sanderlei Parrela foi o Meeting de Atenas, no dia 28 de junho. O brasileiro ficou com a medalha de ouro na prova dos 400 m, vencendo o mexicano Alejandro Cardenas e o norte-americano Antonio Pettgrew.
"Fiquei sabendo do resultado da prova A pouco depois do Meeting de Atenas. Liguei para o Sanderlei, que estava na Itália (ele ia competir em Zagreb, na Croácia). Falei para ele voltar para os Estados Unidos", afirmou Luiz Alberto de Oliveira, 55, treinador de Sanderlei Parrela.
Segundo Oliveira, o atleta continua treinando nos EUA.
"Mas ele chora quase todos os dias. Isso vai abalar a credibilidade dele e minha, que sou seu treinador. Sempre lutei contra esse tipo de artifício e garanto que o Sanderlei jamais fez uso de qualquer tipo de droga", afirmou Oliveira.
A CBAt só divulgou um comunicado oficial após a realização da contra-prova com a amostra B de urina. Neste exame, foi novamente detectada a presença da metabolite norandrosterone.
"Mandamos um toxologista (David Black) acompanhar o exame e foi constatado que a urina poderia estar um pouco contaminada", afirmou o treinador.
A tese será a base para a defesa do atleta brasileiro. Segundo Luiz Alberto de Oliveira, o PH da urina na amostra A era de 7,3. Já a amostra B estava com PH de 5,2. Uma diferença que, para Oliveira, poderia fazer com que o exame desse a alteração.
Segundo Oliveira, a urina estava com sua cor alterada de uma amostra para a outra.
"O Sanderlei me falou que é quase impossível ter sido resultado de algum suplemento alimentar que ele tenha tomado. Ele toma as mesmas vitaminas há quatro anos", afirmou Oliveira.


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