São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2001

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FUTEBOL

Scolari admite atuar hoje pelo empate ao preterir Juninho e Denílson

Seleção joga pelo resultado e coloca a ginga na reserva

DOS ENVIADOS A CALI

Apesar de protestos de torcedores brasileiros e colombianos no último jogo, o técnico Luiz Felipe Scolari vai insistir com o ""futebol de resultados" contra o Paraguai.
Para enfrentar os paraguaios, próximos adversários da equipe nas eliminatórias da Copa-2002, Scolari vai manter a formação mais defensiva -com três zagueiros, cinco jogadores no meio-campo, sendo apenas um de criação, e dois atacantes- que começou a partida contra o Peru.
As únicas dúvidas são o zagueiro Roque Júnior, que sentiu uma lesão crônica no púbis, e o volante Eduardo Costa, com dores musculares. Caso não possam atuar, devem ser substituídos por Luisão e Fábio Rochemback.
Como no último jogo, Scolari também considera o empate nesta noite um bom resultado e pediu para os jogadores darem chutões para garantir o resultado.
"O 0 a 0 tá bom, para mim vale 25 pontos, pois nos classifica. Quem não gostar, que continue metendo o pau", disse o técnico.
No domingo, mesmo sem jogar bem, o Brasil venceu o Peru por 2 a 0. Apesar de o técnico da seleção insistir em manter o time, o ""futebol de resultados" não está agradando. Em Cali, os colombianos vaiaram os brasileiros durante quase todo o jogo com o Peru.
Naquela partida, sem ainda ter vencido pela seleção, Scolari decidiu contrariar o "estilo brasileiro" de jogar para quebrar o jejum.
O pedido do treinador foi seguido à risca pelos jogadores durante quase todo o jogo. Logo após abrir o marcador, aos 10min, a equipe brasileira recuou demais e se limitou a defender, o que provocou a ira da torcida local.
O time só contagiou os colombianos nos minutos finais, quando Scolari decidiu abrir mão do ""futebol de várzea" após o Peru perder um jogador por expulsão. Ele escalou o meia Juninho, do Vasco, e o atacante Denílson, do Betis. Habilidosos, os jogadores deram mais criatividade ao time e desperdiçaram várias chances.
O dilema entre o ""futebol de resultados" pedido por Scolari e o "estilo brasileiro" de jogar está dividindo até os jogadores.
Denílson e Juninho, que ficarão na reserva, são os maiores defensores da ginga e da ousadia ofensiva no time nacional.
Eles acham que o Brasil não pode entrar em campo somente para empatar, como prega Scolari. Já os titulares defendem a obediência tática a Scolari.
O treinador optou pela permanência da equipe para tentar dar mais ritmo de jogo aos titulares.
Desde que assumiu a seleção, ele ainda não havia conseguido repetir uma escalação. Na última partida, trocou seis titulares.
"O momento da seleção é conturbado. Somente com a sequência de jogos vamos conseguir jogar bem", declarou Alex. (FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)



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