São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2001

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CBF já admite adiar o Brasileiro

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O Campeonato Brasileiro pode não começar no dia 1º de agosto, data estipulada no calendário quadrienal divulgado no fim de junho pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A informação foi dada ontem pelo vice-presidente jurídico da entidade, Carlos Eugênio Lopes.
Isso porque a CBF não conseguiu cassar a liminar, concedida pela 21ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Pará à Prefeitura de Belém, que determinou a inclusão do Remo na primeira divisão.
Segundo Lopes, a CBF terá que esperar o fim do recesso da Justiça paraense, no dia 1º de agosto, para que ela analise o recurso impetrado pela entidade contra a liminar que beneficiou o Remo.
"Enquanto essa situação não for resolvida, o campeonato não terá início", afirmou o vice jurídico.
Lopes admitiu temer que a Justiça paraense protele o caso só para forçar a CBF a incluir o Remo na competição. O dirigente disse ainda que a entidade pretende entrar com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) caso não consiga reverter a situação.
Simultaneamente à briga jurídica, a entidade está sendo pressionada pelo Clube dos 13, que já ameaça entrar com uma ação de perdas e danos caso o Brasileiro não seja realizado.
Os grandes clubes estão propensos, ainda, a agilizar a criação da Liga Nacional de Clubes, que seria a responsável pela organização dos campeonatos brasileiros.
No ano passado, a CBF ficou impedida de organizar o Brasileiro porque o Gama, rebaixado em 1999, entrou na Justiça comum, exigindo sua inclusão na divisão de elite. A solução encontrada foi realizar a Copa João Havelange.
Outra briga travada pela CBF é com relação ao calendário quadrienal. As federações continuam exigindo um maior número de datas para os Estaduais.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, esteve reunido à tarde com representantes das federações estaduais e admitiu analisar as mudanças propostas.
Uma delas seria a participação dos grandes clubes nas fases iniciais das competições estaduais, que seriam disputadas paralelamente às regionais. Pelo novo calendário, somente os melhores colocados de cada Estado, participariam do Estadual, que passaria a ser chamado de Superestadual.
O vice-presidente da CBF, Nabi Abi Chedid, afirmou que a CBF analisará todas as reivindicações. "Cada região tem a sua particularidade. A adequação não é fácil."
Outra reclamação das federações contra o novo calendário é que, pelo estatuto da CBF, ele deveria ser anual e precisaria também ser aprovado pela Assembléia Geral da entidade, composta pelas 27 federações estaduais.



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