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FUTEBOL
Senador faz requerimento para investigar negócio entre a MB Consultoria e a AmBev, que dará US$ 8 mi a amigo de Teixeira
CPI quer que CBF prove intermediação
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), membro da CPI
do Futebol, quer exigir da MB
Consultoria, da CBF e da AmBev
provas de que a empresa trabalhou na intermediação do contrato milionário firmado entre a
Confederação Brasileira de Futebol e a multinacional de bebidas.
A MB, empresa de Renato Tiraboschi, ex-sócio e amigo de Ricardo Teixeira, vai ganhar quase US$
8 milhões nos próximos 18 anos
-US$ 500 mil por ano- pela intermediação de um contrato que
estava quase fechado.
Quando o presidente da CBF
deu à MB uma carta autorizando
a empresa a intermediar o acordo,
em 12 de abril, o próprio dirigente
já havia revelado, na Câmara, as
bases do negócio com a multinacional dois dias antes.
O senador tucano apresentará
requerimento convocando Tiraboschi na primeira reunião da
CPI do Futebol após o fim do recesso parlamentar -que deve
ocorrer em 1º de agosto.
"A MB vai ter que comprovar a
realização de trabalhos e gestões
na intermediação do contrato. Eu
acho muito esquisito alguém ganhar tanto dinheiro por nada. Vamos investigar o caso", afirmou.
Além do proprietário da MB, o
senador quer convocar Carlos
Dolabella Peixoto, parceiro de Tiraboschi, dois executivos da AmBev e os empresários Carlos
Eduardo Jardim e José Roberto
Torres Neves Osório, que receberão US$ 1,35 milhão no negócio.
Segundo o congressista, a idéia é
ouvir todos os que teriam participado da negociação do acordo
antes do segundo depoimento de
Teixeira no Senado, marcado para o dia 30 de agosto.
"O presidente da CBF vai ter
que explicar ponto por ponto."
Além de tentar esclarecer o negócio, a iniciativa de Paes de Barros é mais um passo da CPI do Senado para investigar a suspeita de
que a empresa esteja sendo usada
como "laranja".
Em um primeiro momento, de
acordo com o senador, não será
pedida a quebra dos sigilos bancário e fiscal da MB, empresa que
foi comprada por Tiraboschi em
10 de abril e conta com uma sede
fantasma no Rio.
"Mas o pedido de quebra, depois dos depoimentos, não está
descartado", completou.
A CPI também tenta derrubar
no STF (Supremo Tribunal Federal) liminar obtida por Tiraboschi
que impede os parlamentares de
terem acesso a suas contas e declarações de Imposto de Renda.
O presidente da CBF afirma que
não houve favorecimento ao empresário e que o fato de ser a AmBev a responsável pelo pagamento o isenta de qualquer irregularidade. Segundo ele, as suspeitas
dos senadores são infundadas.
A AmBev, por seu lado, diz que
pagou a comissão por indicação
da CBF e que o contrato é regular.
Tiraboschi se nega a falar com a
Folha há mais de um mês.
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