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FUTEBOL
Encontro com dirigentes do Corinthians terminou sem que uma proposta oficial fosse feita pelo clube do Morumbi
São Paulo não tira Ricardinho do rival
DA REPORTAGEM LOCAL
Um encontro colocou fim às
pretensões do São Paulo de contratar o meia corintiano Ricardinho. Tudo sem que uma proposta
pecuniária fosse oficializada.
Alberto Dualib, presidente do
Corinthians, e Marcelo Portugal
Gouvêa, presidente são-paulino,
deram ontem o assunto por encerrado depois de se reunirem na
casa do corintiano, em São Paulo.
"O assunto não existe mais para
mim. O Ricardinho não vai jogar
no São Paulo no Brasileiro. Não
cheguei nem a oferecer dinheiro
porque o negócio não aconteceu.
Nem para nós, nem para o Corinthians. Não fui eu que desisti. Eles
não quiseram mais vender o jogador", afirmou Gouvêa.
Antes de procurar o Corinthians, dirigentes do São Paulo
haviam feito contato com o representante de Ricardinho e oferecido um salário maior do que o atleta recebe no Parque São Jorge.
"É público que alguns diretores
do São Paulo procuraram o meu
tio [Rubens Pozzi, também procurador do atleta", mas ele mandou que procurassem o presidente do Corinthians porque eu sou
jogador do Corinthians e não me
interessa trabalhar assim", afirmou ontem o meio-campista.
Antonio Roque Citadini, vice de
futebol do Corinthians, confirmou que no encontro entre os dirigentes não houve discussão de
valores. "Houve um encontro,
mas não há nenhuma possibilidade de um negócio, que não foi
proposto, acontecer. Do jeito que
estavam falando, parecia que o
São Paulo era o Federal Reserve
[Banco Central norte-americano". Que eles iam chegar cheios
de dinheiro e levar o Ricardinho.
Não houve nem proposta", disse.
Alberto Dualib saiu satisfeito da
reunião. Ricardinho é a principal
estrela do clube, e ele quer vendê-lo em dólar. Contudo o dirigente
não tem pressa. Diz que a valorização que o meia ganhou com o
pentacampeonato não é fugaz. "A
situação do futebol brasileiro não
é boa hoje, mas o Ricardinho vai
continuar jogando aqui até que
seja inevitável que ele saia."
Apesar de ter descartado a contratação de Ricardinho, Gouvêa
afirmou que pode consultar os
membros da diretoria do São
Paulo para propor o pagamento
da multa contratual do meia. Os
são-paulinos passariam a ter o
controle sobre os direitos federativos do atleta -para isso, porém, teriam de convencê-lo.
"Se quisesse isso, eu mesmo pagaria a multa e ia cuidar da vida.
Mas sou contra esse tipo de atitude. Pode esquecer que isso não é
para mim", afirmou Ricardinho,
que não esconde a vontade de se
transferir para o exterior: "Nunca
escondi que quero voltar a jogar
na Europa". A possibilidade de
ele ser negociado com um time
estrangeiro ainda existe.
Citadini diz ter propostas de
clubes de fora do país, mas não
revela os nomes nem os valores
que teriam sido oferecidos.
(MARÍLIA RUIZ E RICARDO PERRONE)
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