São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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FUTEBOL

Encontro com dirigentes do Corinthians terminou sem que uma proposta oficial fosse feita pelo clube do Morumbi

São Paulo não tira Ricardinho do rival

DA REPORTAGEM LOCAL

Um encontro colocou fim às pretensões do São Paulo de contratar o meia corintiano Ricardinho. Tudo sem que uma proposta pecuniária fosse oficializada.
Alberto Dualib, presidente do Corinthians, e Marcelo Portugal Gouvêa, presidente são-paulino, deram ontem o assunto por encerrado depois de se reunirem na casa do corintiano, em São Paulo.
"O assunto não existe mais para mim. O Ricardinho não vai jogar no São Paulo no Brasileiro. Não cheguei nem a oferecer dinheiro porque o negócio não aconteceu. Nem para nós, nem para o Corinthians. Não fui eu que desisti. Eles não quiseram mais vender o jogador", afirmou Gouvêa.
Antes de procurar o Corinthians, dirigentes do São Paulo haviam feito contato com o representante de Ricardinho e oferecido um salário maior do que o atleta recebe no Parque São Jorge.
"É público que alguns diretores do São Paulo procuraram o meu tio [Rubens Pozzi, também procurador do atleta", mas ele mandou que procurassem o presidente do Corinthians porque eu sou jogador do Corinthians e não me interessa trabalhar assim", afirmou ontem o meio-campista.
Antonio Roque Citadini, vice de futebol do Corinthians, confirmou que no encontro entre os dirigentes não houve discussão de valores. "Houve um encontro, mas não há nenhuma possibilidade de um negócio, que não foi proposto, acontecer. Do jeito que estavam falando, parecia que o São Paulo era o Federal Reserve [Banco Central norte-americano". Que eles iam chegar cheios de dinheiro e levar o Ricardinho. Não houve nem proposta", disse.
Alberto Dualib saiu satisfeito da reunião. Ricardinho é a principal estrela do clube, e ele quer vendê-lo em dólar. Contudo o dirigente não tem pressa. Diz que a valorização que o meia ganhou com o pentacampeonato não é fugaz. "A situação do futebol brasileiro não é boa hoje, mas o Ricardinho vai continuar jogando aqui até que seja inevitável que ele saia."
Apesar de ter descartado a contratação de Ricardinho, Gouvêa afirmou que pode consultar os membros da diretoria do São Paulo para propor o pagamento da multa contratual do meia. Os são-paulinos passariam a ter o controle sobre os direitos federativos do atleta -para isso, porém, teriam de convencê-lo.
"Se quisesse isso, eu mesmo pagaria a multa e ia cuidar da vida. Mas sou contra esse tipo de atitude. Pode esquecer que isso não é para mim", afirmou Ricardinho, que não esconde a vontade de se transferir para o exterior: "Nunca escondi que quero voltar a jogar na Europa". A possibilidade de ele ser negociado com um time estrangeiro ainda existe.
Citadini diz ter propostas de clubes de fora do país, mas não revela os nomes nem os valores que teriam sido oferecidos. (MARÍLIA RUIZ E RICARDO PERRONE)



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