São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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Itália restringe atletas importados

DA REPORTAGEM LOCAL

Na esteira das novas leis de imigração do país, a Federação Italiana de Futebol divulgou ontem uma regra restritiva para os extracomunitários em seus clubes.
Os times de primeira e segunda divisões poderão contratar só um atleta nessa condição para a temporada 2002/2003, enquanto que, para as equipes da terceira divisão, os forasteiros estão vetados.
O mercado, que fecha no dia 31 de agosto, já estava retraído pela má situação econômica dos clubes e ficou ainda mais reduzido.
Isso terá reflexo para os jogadores brasileiros, valorizados pela conquista do pentacampeonato.
"Está tudo parado na Europa, os clubes estão em crise e não querem investir alto", afirmou o empresário Gilmar Rinaldi, que comandou o negócio mais alto de um jogador brasileiro até agora na Itália -a transferência do atacante Adriano, da Fiorentina para o Parma, por US$ 8,8 milhões.
Nesse cenário, uma transferência de Ronaldinho para a Juventus ou de Rivaldo para a Lazio fica ainda mais difícil de se realizar.
As restrições não valem para os chamados atletas comunitários -aqueles com cidadania de um dos 15 países da União Européia.
Por outro lado, todos os jogadores já contratados, portanto já com a permissão de trabalho, não entram nesse limite.
Além da Itália, Portugal e Dinamarca aprovaram no mês passado regras similares. Na semana passada, o Senado italiano instituiu pena de um ano de reclusão em casos de permanência ilegal.
A Itália, com grande tradição de estrangeiros em seu futebol, já havia restringido os forasteiros, contudo os motivos eram esportivos. Após o fracasso na Copa de 1966, na Inglaterra (a Itália foi eliminada pela Coréia do Norte), a federação local baniu a importação.
Isso valeu até a temporada de 1980/1981, com o limite de um estrangeiro por clube. Na década de 80, subiu para três estrangeiros. Nos anos 90, o número se elevou ainda mais quando entrou em ação a Lei Bosman, que estipulou a livre circulação de jogadores entre os países da região.
Na temporada 1995/96, eram 66 estrangeiros nos clubes das séries A e B da Itália. Já no último certame, foram 341 por lá. Alguns, como o técnico da seleção italiana, Giovanni Trapattoni, apontaram essa importação como a principal causa do enfraquecimento dos selecionados europeus.
O Comitê Olímpico Italiano também deve fixar um limite para os extracomunitários em outros esportes. Isso pode afetar os brasileiros que jogam no forte campeonato de vôlei da península.
O mesmo deve acontecer no basquete de lá, que tem uma das melhores ligas do continente.


Com agências internacionais



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