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FUTEBOL
Estava tão bom...
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Quando Parreira experimentou, insistiu e foi inegavelmente bem-sucedido com o
"quarteto ofensivo", vi ruir a esperança (que mal havia) do meia
Alex ter mais oportunidades na
equipe. É incrível como algumas
pessoas nascem na era errada...
O Brasil tem atletas excepcionais que não brilharam na seleção -por implicância ou teimosia dos técnicos, por problemas físicos, pelo excesso de boas alternativas, até por azar. Alex está fadado a ser um deles. Pra mim, é
brilhante -habilidoso, técnico,
aplicado, inteligente. Foi decisivo
em títulos importantes de clubes
brasileiros; em passagens pela seleção, foi reluzente ou "apenas"
eficaz, mas não adiantou. E agora, com o formato consolidado, a
vaga dele no meio-campo parecia
inapelavelmente deletada (desculpe o estrangeirismo, mas "apagar" não significa tudo que está
contido em "deletar", que decreta
o sumiço de algo que nunca teve
existência material de fato...).
Mas eis que Parreira, por força
das circunstâncias -a suspensão
de Ronaldinho- tem de mudar a
formação do ataque. E, tendo Ronaldo de volta, ele dificilmente
deixaria o Fenômeno no banco
(se nem ao menos o substitui
quando poderia, ou deveria...). Só
que o técnico não mudou só as peças, ele mexeu bastante no formato do quarteto. Adriano e Ronaldo gostam de espaço, de ter chão
pra "comer". Nessas condições,
têm força, velocidade e tirocínio
(!) difíceis de conter. Resisto à
idéia dos dois juntos porque entendo que o jogo difícil para um
seria também para o outro; não
acho que sejam atletas que se
complementem. Kaká é Kaká
(não diga!), e Ricardinho não tem
quase nada a ver com Ronaldinho e, principalmente, com Robinho (a quem, logicamente, ele
substituiu ontem; a vaga de Ronaldinho não está em disputa).
Enfim -no lugar dos meias-atacantes habilidosos, leves, imprevisíveis-, entrou um meia
que cadencia, distribui, cria jogadas, faz assistências. Adoro ter alguém com essa função, cansei de
pedir um atleta assim na seleção
do Felipão, vibrei com a convocação e a breve participação do próprio Ricardinho na Copa, mas
agora não era o que eu queria
-não à custa de tirar o Robinho.
E, se Ricardinho pode ser titular, por que Alex não teria outra
chance? Deixa pra lá, vamos analisar o jogo. Ricardinho -não
surpreende- jogou muito bem.
Lúcido, criativo, à vontade. Adivinhe quem saiu no intervalo! Tudo bem que no amistoso o importante não é ganhar o jogo, e sim
testar alternativas; o problema é
não concordar com elas. Parreira
poderia, no segundo tempo, abrir
mão da dupla R-A -não pelos
gols incrivelmente perdidos pelos
dois, mas para aproveitar o entrosamento de Ricardinho e Robinho (que pode ser decisivo nas eliminatórias). A defesa também cometeu erros -e, de novo, não por
causa deles, Luisão poderia ter
mais tempo. E (o outro) Alex!
Como disse antes, Parreira costuma ser conservador demais,
mas às vezes muda muito o que
está funcionando. Insista no formato anterior, professor!
Fim de semana gordo
Foram duas lindas jogadas do
Vasco -uma terminou em gol;
a outra parou nas mãos do goleiro. Tevez e Roger esmerilharam em Campinas. A Ponte
apresentou lances bonitos! Um
gol do Santos arrematou fabulosa linha de passe. Pode ser
que os ataques produzam tanto
porque as defesas são fracas,
mas é gostoso ter coleção de
melhores lances como essa.
Coragem
Muito legal Pelé dizer a Maradona, no camarim, que o anfitrião poderia perguntar o que
quisesse. O próprio apresentador ficou tocado.
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A punição do STJD a um árbitro (Marcio Rezende de Freitas)
por ter ofendido jogadores.
E-mail: soninha.folha@uol.com.br
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