São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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NATAÇÃO

Phelps sonha com férias e quer treinar para ser velocista

Depois da façanha de obter oito ouros, nadador afirma a técnico que deseja testar novos eventos

Fenômeno norte-americano diz ainda que terá de voltar a dar duro no ano que vem para permitir que sua mãe siga viajando pelo mundo


MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM

Após atingir a performance mais avassaladora da história olímpica, com oito ouros, o norte-americano Michael Phelps só quer saber de férias.
Mas, após matar a saudade da família, dos amigos e de sua cama, o fenômeno da natação planeja se aventurar em uma nova seara: as provas de velocidade.
Para isso, terá de dobrar seu técnico, Bob Bowman. "Quero testar novos eventos. [Ser velocista] é algo que posso fazer, mas não sei se o Bob vai aprovar", disse ele, que se despediu em Pequim dos 400 m medley, uma de suas especialidades.
No Cubo d'Água, o nadador superou anteontem o recorde de Mark Spitz de sete medalhas em uma mesma Olimpíada, obtido em Munique-1972. Com a vitória no 4 x 100 m medley, somou a oitava medalha dourada e o sétimo recorde mundial.
Seu plano de se tornar velocista, porém, não parece entusiasmar tanto Bowman, embora ele saiba que o pupilo está um pouco cansado da rotina de treinos exaustivos diários.
"Teremos de ver o quão afiado ele está para provas de velocidade. Ele acha que pode ser fácil, mas não será. Há mudanças de treino envolvidas, ele é mais apto para provas longas. Será uma mudança, mas pode ser boa", afirmou Bowman.
Agora, porém, Phelps só pensa em férias. Ele deve viajar para os EUA no dia 21. "Tudo o que eu quero é deitar na minha cama por cinco minutos."
O nadador classificou como perfeita sua semana em Pequim. Só mudaria a atuação nos 200 m borboleta. Ele venceu a prova e bateu o recorde mundial. "Tive o problema de entrada água nos óculos que me atrapalhou. Posso ir mais rápido."
As principais recordações dele, no entanto, não serão levadas da piscina. Na Vila Olímpica, foi um atleta comum e até tietou o tenista Rafael Nadal.
"Ficamos no mesmo local que todos os nadadores, os atletas do time de atletismo, os boxeadores. A gente passava horas na mesa, rindo. Foi bom conhecer os outros atletas, eu me senti parte da equipe dos EUA."
Phelps também ficou impressionado com relatos de amigos nos EUA. Segundo a NBC, 66 milhões de TVs estavam ligadas na prova em que saiu o sétimo ouro. No 4 x 100 m medley, que rendeu a ele o oitavo ouro, a emissora registrou sua maior audiência no horário nobre em 18 anos.
"Um amigo me contou que estava assistindo a um jogo de beisebol e que todos pararam para me ver nadando do telão. Em um jogo de beisebol! Às vezes, tenho que me beliscar para saber se estou sonhando."
Após as férias, Phelps volta a treinar. Em 2009, tem de voltar à seleção dos EUA para o Mundial de Roma. São ordens. "Minha mãe disse que me quer no time para que ela possa continuar viajando. Se é desejo de mamãe, vamos seguir treinando para fazer isso acontecer."


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