São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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CHINA

RAUL JUSTE LORES

TV para chinês ver

O SEGUNDO maior edifício de escritórios do mundo, depois do Pentágono, será inaugurado em Pequim no ano que vem. São duas torres inclinadas de 49 andares e 234 metros de altura, conectadas no topo e no térreo, a 90 graus, por pontes que criam esquinas suspensas.
Parece uma moldura distorcida, com um grande vão no meio. Mas o povo apelidou o prédio de "calças gigantes".
O moderno arranha-céu vai abrigar a nova sede da Televisão Central da China (CCTV). Espera-se que o vanguardismo da construção, de R$ 1,3 bilhão, inspire a rede estatal.
Criada há 50 anos, a CCTV tem 16 canais. O visual é de SBT. Os apresentadores ostentam o penteado vim-de-moto que Jassa celebrizou em Sílvio Santos. Mas imensos broches das apresentadoras distraem o espectador de qualquer cabelo.
O telejornal das 19h, com meia hora de duração, é o mais visto da China. Lembra o antigo "A semana do presidente" - imagens dos líderes comunistas recebendo convidados estrangeiros são alternadas com cenas de calamidades ocorridas no exterior.
A CCTV só começou a noticiar com destaque o terremoto de maio passado seis horas após a tragédia -ela precisava esperar ordens do Departamento de Propaganda.
Depois da abertura da Olimpíada, vista por 842 milhões de chineses, o programa de maior audiência é a Gala do fim de ano chinês. São 16 horas de danças folclóricas, humoristas e números musicais em homenagem aos chefões do Partido.
Tirando "Escrava Isaura", novelas brasileiras são desconhecidas. Qualquer cena de sexo é vetada. O politicamente correto não chegou -quadros humorísticos que fazem piada com os migrantes rurais, com maquiagem de dentes cariados nos atores, são bem populares.
Mas, assim como no Ocidente, a audiência está diminuindo. Os jovens preferem navegar horas na internet.


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