São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O pacificador

Em sua 3ª passagem pelo Inter, Celso Roth une elenco rachado e fica perto do 1º título importante

DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

Celso Roth nunca se importou em ser apenas a terceira opção do Internacional.
Quando o clube demitiu Jorge Fossati, no final de maio, imediatamente foi atrás de Luiz Felipe Scolari.
Falhou e tentou Adilson Batista. Depois de fracassar ao tentar contratar dois ex-gremistas, a diretoria colorada foi atrás de um velho conhecido. Roth, 52, deixou o Vasco para iniciar sua terceira passagem pelo Inter, o primeiro clube grande a lhe dar uma chance, em 1997.
O desafio era ganhar a Libertadores, objetivo que está a um empate de ser cumprido. Para tanto, precisava pacificar um vestiário rachado e vencer dois mata-matas.
A primeira meta foi cumprida. Roth mudou radicalmente a rotina no Beira-Rio.
Ele trocou os treinos em apenas um período, geralmente no final da tarde, por duas sessões diárias.
Fossati e seus três auxiliares, todos uruguaios, tinham dificuldade para serem compreendidos pelos atletas.
Roth também mudou a forma de jogar do time. O 3-5-2 de Fossati foi aposentado de vez. O zagueiro Sorondo perdeu o lugar no time, que passou a ter três volantes. A nova forma de atuar mostrou-se mais ofensiva e eficiente.
Questionado ontem, depois do treino, sobre sua importância em um eventual título do Inter, Roth se esquivou. "Isso eu deixo para vocês [jornalistas] julgarem."
Do Qatar, onde trabalha hoje, Fossati queixou-se de falta de reconhecimento, afinal deixou o time na semifinal da Libertadores. E declarou que o time atual joga igual ao que ele montava.
Roth trabalha há 13 anos em grandes clubes do futebol brasileiro. Nunca saiu do Brasil desde que começou, em 1997. E nunca conquistou um título importante.
Seu currículo se resume a dois Campeonatos Gaúchos, uma Copa Sul e uma Copa do Nordeste com o Sport, em 2000. Foi essa a sua última volta olímpica. "Eu fui um campeão precoce, fui campeão gaúcho com 37, 38 anos", observou ele.
Bem-humorado, disse ontem que não se preocupa com isso. "Se for para esse título sair agora, que seja. Se não for, vamos seguir em frente, trabalhando."
E continuou, rindo: "Tem ótimos atores e atrizes que nunca ganharam um Oscar, como a Meryl Streep".
Corrigido, retirou a referência. E despediu-se. "Tomara que seja agora."
(MARTÍN FERNANDEZ)


Texto Anterior: Tostão: Próximo do título
Próximo Texto: Coincidências com o 1º título animam time
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.