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O pacificador
Em sua 3ª passagem pelo Inter, Celso Roth une elenco rachado e fica perto do 1º título importante
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
Celso Roth nunca se importou em ser apenas a terceira opção do Internacional.
Quando o clube demitiu
Jorge Fossati, no final de
maio, imediatamente foi
atrás de Luiz Felipe Scolari.
Falhou e tentou Adilson
Batista. Depois de fracassar
ao tentar contratar dois ex-gremistas, a diretoria colorada foi atrás de um velho conhecido. Roth, 52, deixou o
Vasco para iniciar sua terceira passagem pelo Inter, o primeiro clube grande a lhe dar
uma chance, em 1997.
O desafio era ganhar a Libertadores, objetivo que está
a um empate de ser cumprido. Para tanto, precisava pacificar um vestiário rachado e
vencer dois mata-matas.
A primeira meta foi cumprida. Roth mudou radicalmente a rotina no Beira-Rio.
Ele trocou os treinos em
apenas um período, geralmente no final da tarde, por
duas sessões diárias.
Fossati e seus três auxiliares, todos uruguaios, tinham
dificuldade para serem compreendidos pelos atletas.
Roth também mudou a forma de jogar do time. O 3-5-2
de Fossati foi aposentado de
vez. O zagueiro Sorondo perdeu o lugar no time, que passou a ter três volantes. A nova
forma de atuar mostrou-se
mais ofensiva e eficiente.
Questionado ontem, depois do treino, sobre sua importância em um eventual título do Inter, Roth se esquivou. "Isso eu deixo para vocês [jornalistas] julgarem."
Do Qatar, onde trabalha
hoje, Fossati queixou-se de
falta de reconhecimento, afinal deixou o time na semifinal da Libertadores. E declarou que o time atual joga
igual ao que ele montava.
Roth trabalha há 13 anos
em grandes clubes do futebol
brasileiro. Nunca saiu do
Brasil desde que começou,
em 1997. E nunca conquistou
um título importante.
Seu currículo se resume a
dois Campeonatos Gaúchos,
uma Copa Sul e uma Copa do
Nordeste com o Sport, em
2000. Foi essa a sua última
volta olímpica. "Eu fui um
campeão precoce, fui campeão gaúcho com 37, 38
anos", observou ele.
Bem-humorado, disse ontem que não se preocupa
com isso. "Se for para esse título sair agora, que seja. Se
não for, vamos seguir em
frente, trabalhando."
E continuou, rindo: "Tem
ótimos atores e atrizes que
nunca ganharam um Oscar,
como a Meryl Streep".
Corrigido, retirou a referência. E despediu-se. "Tomara que seja agora."
(MARTÍN FERNANDEZ)
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