São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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JUCA KFOURI

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Ressurreição sem morte

No que era o jogo mais importante de sua semana, o São Paulo mostrou que vive e reassume o favoritismo

O QUE era para ser o jogo acabou sendo apenas um jogo. Bom, diga-se desde já, mas nada que se compare ao que São Paulo e Internacional fizeram na decisão da Libertadores da América.
E não só porque os dois times perderam muito em qualidade no mês que separou aquela decisão do jogo de ontem. Qualidade extra mesmo somente a de Fernandão, o jogador de maior Q.I. de todos que jogam atualmente no Brasil.
Mas faltou também no Morumbi o calor da torcida.
Pouco mais de 13 mil pagantes, menos do que no jogo contra o Boca Juniors no meio da semana e menos até que no jogo do sábado entre Corinthians e Paraná Clube - que já tinha sido decepcionante com quase 16 mil torcedores.
Desconfiados, os são-paulinos ficaram em casa.
Bobagem deles, porque, se é verdade que o time vinha de dois empates com sabor de derrota, a disputada vitória sobre o Internacional teve um significado especial e era o jogo mais importante da semana. Na classificação do Brasileirão por significar a expressiva vantagem de seis pontos sobre o rival com mais condições de lutar pelo título, ambos em busca do tetra.
E moralmente pelas circunstâncias de uma vitória obtida com um jogador a menos desde os 9min do segundo tempo, por causa da expulsão do zagueiro Alex Silva.
Não que o triunfo tenha resolvido todos os problemas do tricolor, mas, sem dúvida, que dá uma bela clareada na vida do líder é óbvio.
Dos 15 jogos que faltam para ambos, o São Paulo jogará seis como mandante. Mas das nove que será visitante, duas são em São Paulo, no ABC paulista, contra o São Caetano, depois de amanhã, e em Presidente Prudente, contra o Palmeiras, no domingo que vem. Além de um jogo na Vila Belmiro, contra o Santos.
E, se a partida diante do novo candidato Grêmio será no Olímpico, o Inter também enfrentará o rival na casa gremista -além de também pegar o Santos, outro pretendente, mas no Beira-Rio.
Aos gaúchos, aliás, faltam oito jogos em casa e sete fora.
O São Paulo fez por merecer a vitória desde o começo do jogo.
Abandonou a defesa com três zagueiros para voltar ao velho 4-4-2 e se deu bem, mesmo que Alex Dias seja um peso morto no ataque.
O criticado Danilo fez bela jogada para culminar num cruzamento perfeito de Thiago na cabeça de Lenílson, que fez 1 a 0, logo aos 8min. Chances de gol o Inter teve, é verdade. Principalmente nos pés de Iarley, que exigiu ótima defesa de Rogério Ceni, de Adriano, que chutou fraco na frente do goleiro, e quase nos pés de Michel, não fosse o desvio de Mineiro, tudo no primeiro tempo.
Disposto a empatar, o Inter voltou mais forte no segundo tempo e a coisa pareceu ficar feia quando o São Paulo perdeu Alex Silva. Mas foi o São Paulo, já sem atacantes porque Muricy tratou de tirar Thiago, para botar Edcarlos, e Alex Dias, para pôr Ramalho, quem fez o gol que liquidou com o jogo, depois de exuberante entrada de Ilsinho pela direita da área adversária e do passe para Júnior fazer 2 a 0. Lembremos que o São Paulo, enfim, manteve a escrita diante do Corinthians, quebrou a que vigorava em relação ao Inter e que a Recopa Sul-Americana não chega a ser um objeto de desejo do torcedor brasileiro.
A reta final do campeonato será disputada entre dois clubes paulistas e dois times gaúchos. Não por acaso quatro clubes que têm os mesmos técnicos desde o começo do torneio, o que, se não é uma receita infalível (algo que não existe no futebol), que ajuda, ajuda.
Sim, o campeão de 2005 teve três treinadores. E dois árbitros...


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