São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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"Cansado", Gesta anuncia saída

Presidente da confederação de atletismo deixará cargo em 2013, após 26 anos no comando

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

Roberto Gesta de Melo, 65, vai deixar a presidência da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) no primeiro trimestre de 2013.
O mais longevo dos presidentes de confederação desportiva do país vai largar o posto quando completar 26 anos à frente da entidade.
A próxima eleição da confederação está prevista para o primeiro trimestre de 2013.
Mas o dirigente vai propor que se antecipe o pleito em um ano para que seu sucessor "tenha tempo de trabalhar". "Entre 2012 e 2013 faremos a transição jamais vista no esporte", prometeu ele.
À frente da CBAt desde janeiro de 1987, Gesta conversou com a Folha ontem durante o Troféu Brasil de atletismo, no Centro Olímpico da Prefeitura de São Paulo, na Vila Clementino. "É muito massacrante [ser presidente], estou cansado", disse.
Coincidência ou não, o anúncio ocorre às vésperas da assinatura, pelo presidente Lula, da medida provisória do contrato gerencial do esporte nacional, que ocorrerá na segunda-feira em Brasília.
Na regulamentação da medida, haverá uma recomendação de limite no número de reeleição dos presidentes de confederações. "Mas a MP não obriga ninguém, ela apenas sugere", salientou Gesta de Melo.
O dirigente garante que havia levado às assembleias da CBAt medida idêntica. "Isso [fim da reeleição] foi a minha única sugestão que nunca aceitaram", alegou.
Ele estará em Brasília depois de amanhã para participar da solenidade e vai aproveitar a visita para deixar seu mais novo projeto na mesa do ministro da Educação, Fernando Haddad.
"É o "Atletismo na Escola". Não faço ideia de quanto pode custar, mas seria de responsabilidade do Ministério da Educação", resumiu.
Gesta circula pela arquibancada do Centro Olímpico com um calhamaço de papel dentro de uma bolsa elegante, de grife. Distribui folhas a quem o aborda com os números de sua gestão e 15 cartas de agradecimento de dirigentes, atletas e ex-atletas, como Maurren Maggi, Claudinei Quirino e Joaquim Cruz.
"Eu fiz tudo o que tinha que fazer. Só não fiz mais porque não dava mesmo", declarou em tom de triunfo.


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