São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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Mal me querem

Popularidade de LeBron James despenca nos EUA após trocar Cleveland 0 por Miami na NBA

DE SÃO PAULO

Nos sete anos que dura a sua carreira na NBA, a liga americana de basquete, o ala LeBron James, 25 construiu uma "imagem perfeita".
Craque, à prova de escândalos sexuais ou envolvendo drogas, bom filho e responsável por levar à elite da modalidade um time decadente, ainda mais sendo vizinho da sua cidade natal, numa região degradada dos EUA.
Combinação que fazia de LeBron bater recordes em uma pesquisa, feita pela primeira há quase 50 anos, que mede a popularidade dos esportistas do seu país.
De acordo com o levantamento realizado pela The Q Scores Company, o ala tinha em janeiro os melhores índices da história da pesquisa -24% dos americanos tinham uma opinião positiva sobre ele e 22% negativa.
Para melhor entender esses índices, diga-se que, na média, os atletas americanos provocam apenas 15% de reações positivas e de 24% negativas nos EUA.
Mas LeBron James resolveu deixar o Cleveland Cavaliers, onde não foi capaz de dar o primeiro título da história da franquia nos sete anos que lá ficou, e ir para o Miami Heat, onde agora irá formar um trio de estrelas com Dwyane Wade e Chris Bosh.
Não pegou bem. Segundo a mesma pesquisa, LeBron James provoca agora reações positivas em apenas 14% dos americanos. Já os que o veem de uma forma negativa passaram a ser 39% da população do país, um aumento de 77% nesse grupo em relação ao que acontecia em janeiro.
De esportista mais admirado, o ala entrou para os top 10 dos mais odiados -ocupa o sexto lugar na lista, atrás de nomes como Tiger Woods e seus escândalos sexuais.
Mais do que deixar a empobrecida Cleveland sem conquistar títulos, o que realmente destruiu a imagem de LeBron foi a forma como ele anunciou sua troca de time.
Ele transformou o adeus à equipe do seu Estado em um "reality show" para a televisão, num programa batizado de "A Decisão". Sem dar um simples telefonema para o antigo time, mesmo que para se despedir, o ala falou na TV que estava "levando seu talento" para South Beach, famosa praia de Miami.
"Foi o ato mais catastrófico, não relacionado a comportamentos antissociais, de um atleta nos 45 anos da existência da nossa empresa", declarou Henry Schafer, principal executivo da The Q Scores Company.
Para ele, ao escolher pelo show na televisão, LeBron mostrou muito egoísmo.
Ao deixar Cleveland, o ala, que é de Akron, a menos de uma hora de carro, deixou os fãs locais enfurecidos.
Muitos queimaram camisas com o nome do astro da NBA. Um painel imenso montado em um prédio no centro da cidade foi retirado dias depois de "A Decisão".


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